Três repórteres, um blog e poucas postagens... =D
21 de dezembro de 2007
15 de dezembro de 2007
Série B 2008
Realmente, de vez em quando não gosto das piadas que vejo no Kibeloco. Agora, convenhamos, que esse vídeo vale a pena.
P.s.: Em homenagem ao Pedro
24 de novembro de 2007
23 de novembro de 2007
Mesmo cursando a sexta fase de jornalismo, a insegurança ainda persistia em muitos de nós. Aliás, este é um defeito não só das escolas, mas do jornalismo de modo geral. O contato humano tem perdido espaço dentro das redações. No seu lugar, pessoas presas em suas mesas, telefones, e-mails. Não se fala mais com as pessoas diretamente, algo que deveria ser uma premissa da profissão. Os jornalistas, que antes agiam como borboletas, voando em busca de novas flores, atrás de uma boa história para contar, hoje têm as suas asas cortadas no nascimento e não conhecem mais o doce pólen que está em cada rosto, nas ruas.
Dia 19 de outubro. Era a primeira vez que íamos ao Centro Educacional Dom Jayme de Barros Câmara. Um veículo da universidade estava alocado para levar todos até o local, mas a reserva foi cancelada na véspera. Por sorte, como vários de nós estavam de carro, nos dividimos em quatro grupos e fomos.
Eu fui com Juliana Louzeiro, formanda de Psicologia. Ela nos auxiliou no contato com as crianças e com a diretoria do Dom Jayme. Ouvíamos música. Para meus ouvidos, a palavra música, nesse caso, deveria vir com aspas. Mas resisti à tentação para não me indispor com a moça. Juliana ajuda a coordenar o núcleo de estudos do curso que cuida de questões comuns ao tema deste jornal. Está usando a experiência obtida na parceria entre o Curso de Psicologia e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil para produzir seu trabalho de conclusão de curso.
Ao chegarmos, confirmei que a realidade avaliada em três reuniões na sala de aula, preparativas à vivência, realmente era familiar à minha história. Minha mãe foi professora, durante quase 20 anos, em uma escola pública no Bairro Forquilhinhas, em São José. Só estudei lá por seis meses, mas acabei crescendo próximo àquele mundo, tanto da escola, quanto do bairro pobre e violento. Descemos do carro e cumprimentamos a coordenadora do Centro Educacional, Maria Samira Savi Pini. Ela nos levou a uma sala, onde conhecemos alguns dos personagens que o leitor encontrará nas páginas do Jornal Laboratório Fato & Versão.
O clima entre nós e as crianças ainda era pesado. Nós acabáramos de romper o ovo e, larvas jovens como éramos, até aquele instante, sequer conseguíamos nos integrar às crianças. Raquel Wandelli, nossa professora de Redação 3, nos ajudou a quebrar o gelo. Gravamos depoimentos sobre nossas expectativas para o futuro - algo do tipo: "o que eu quero ser quando crescer". Uma de minhas colegas, Tainá, pegou a deixa e continuou a brincadeira.
Devido à um problema com a preparação do material que nos apresentaria, Liane Vaz chegou ao Dom Jayme com quase uma hora de atraso. Ela faz parte do Fórum Estadual para Erradicação do Trabalho Infantil em Santa Catarina. Durante quase duas horas, discursou sobre o tema para nós, as crianças e os professores que ocupavam a sala. Em alguns momentos, o coração de todos era tocado por relatos que escapavam dos lábios das crianças, como o do menino que falou de uma prima pré-adolescente que cuidava, sozinha, de mais dois irmãos. Liane tentou abrir a percepção daquelas crianças sobre determinadas atividades às quais estavam expostas que eram formas disfarçadas de trabalho infantil. Ao final, foi a vez de Eliane Roque, do Fórum Catarinense de Exploração Sexual Infanto-Juvenil, dar um depoimento contundente, direto e emocionado.
Alguns de nós saíram da instituição próximo ao meio-dia - a previsão inicial era 11h. Ficou a promessa do retorno dentro de uma semana para conhecermos algumas das atividades do centro e, efetivamente, fazer as reportagens. Mas o que se passou naquelas horas já deixou marcas que levaríamos ao nosso próximo estágio de desenvolvimento. Histórias tristes, de trabalho pesado, de vida difícil, pobre, de fome e de miséria escondiam-se atrás de sorrisos abertos, olhos que ainda brilhavam e reluziam esperança. Já havíamos recebido nossa missão. Precisávamos contar essas histórias aos nossos leitores. Fomos à pupa, nossa próxima fase de evolução, sabendo que a tarefa de crescer, naquele momento, não seria fácil.
Abro aqui uma pausa para contar algo inusitado antes da nossa segunda visita ao D. Jayme: a minha volta até a Unisul. Eu, Carmine e Lisandra retornamos de carona com nossa professora. A excitação e a ansiedade pelas declarações que ouvíramos minutos antes a fez esquecer as regras de trânsito. "Lombada!", eu avisei, mas ela não viu e tocou direto. "Aqui você pára", tentei, sem sucesso, lembrar. Mas as placas vermelhas pareciam não ter significado. Acredito que ela não dirija sempre desta forma, mas, sem dúvida, a emoção tomou conta das decisões dela ao volante naquele dia. Em certo momento, Carmine segurou em minha mão e revelou: "Samuka, eu to com medo." Tendo este relato em mãos, o leitor pode deduzir que o final da história foi feliz e saímos todos ilesos.
Dia 19 de Outubro. Ainda éramos pupas ao sair da universidade. Não havíamos quebrado o casulo que nos aprisionava há uma semana. Dessa vez, não cancelaram nosso transporte. Fomos todos em uma van até o Centro Educacional. Era agora ou nunca. As borboletas tinham que voar. A programação do dia inclua um tour pela instituição. O propósito era conhecer os trabalhos desenvolvidos para ocupar o tempo das crianças e adolescentes, teoricamente, tirando-as do trabalho.
Não éramos os únicos que já se sentiram presos naquele lugar. Quando da fundação, o Dom Jayme era uma espécie de orfanato. Fazia parte da Fundação Catarinense do Bem-Estar do Menor (Fucabem). No entanto, os internos estudavam junto com crianças da comunidade local e, em alguns finais de semana, saíam para brincar fora do centro.
A primeira atividade que presenciamos foi a aula de dança, da qual participavam algumas meninas. Naquela pequena construção, todos perceberam que as pupas estavam se mexendo. Por mais incrível que possa parecer, a música de Wanessa Camargo e os movimentos das meninas no ritmo das notas que saíam do pequeno aparelho de som nos sensibilizaram. Logo depois foi a vez da aula de Tae-Kwon-Do. A disciplina dos meninos e os golpes que davam no ar pareciam bater diretamente nos casulos, ajudando as borboletas a se libertarem.
Caminhamos para ver a cozinha, na qual as crianças tinham aula de panificação. Ali as primeiras borboletas começaram a aparecer. O sabor das broas de amendoim que os alunos estavam fazendo adoçou o coração de alguns de nós. Depois foi a vez de vermos algumas oficinas de arte. As peças coloridas chamaram a atenção das borboletas, que romperam definitivamente seus casulos e foram atrás das peças mais parecidas com as cores de suas asas.
A partir daquele momento, todos já haviam escolhido os protagonistas das histórias que iriam contar, direcionado suas pautas e, principalmente, se transformado em borboletas. O passeio continuou. Fomos até o ginásio, que estava vazio, e depois cada um foi fazer o trabalho que lhe foi confiado.
A manhã passou rápido naquele dia. Não foi suficiente para que todos pudessem terminar as matérias que lhes foram delegadas. Alguns, como eu, retornaram ao Dom Jayme, fosse para trazer à memória tempos passados ou, simplesmente, completar o trabalho. No entanto, no momento da volta à faculdade, algo foi possível perceber nos olhos de todos. As borboletas, naquele dia, enfim, aprenderam a voar.
8 de novembro de 2007
7 de novembro de 2007
Segunda-feira, 17 de setembro de 2007. Mais um dia, mais um trabalho, mais uma história. O lugar é o mesmo onde, outrora, a morte era analisada; hoje, é o endereço de projetos incumbidos de impulsionar vidas. Até 2005, na Rua Tolentino de Carvalho, o prédio de número 01 correspondia ao Instituto Médico Legal, no bairro Estreito, Florianópolis. A partir de junho daquele ano, o Governo do Estado de Santa Catarina cedeu o lugar por um prazo de dez anos à Incubadora Popular de Cooperativas.
Do convênio com o Consórcio Social da Juventude se mantém o Aroeira, que existe desde 1994. Os consórcios são uma forma de atuação do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego, do Governo Federal. O Aroeira conseguiu ser o vencedor da licitação no Estado de Santa Catarina durante dois anos consecutivos. Existem, agora, expectativas para que o ano que vem seja o terceiro. Junior, coordenador do projeto, diz que mais de mil jovens com idade entre 16 e 24 anos participam do Aroeira. “São todos de comunidades carentes e o nosso objetivo é afastá-los da criminalidade através das oficinas e atividades que promovemos aqui no centro”, explica.
No prédio do IPC são muitas as salas em que os jovens exercem atividades.
- Há dois anos, no Aroeira 1, nossa preocupação era emergencial. Precisávamos realizar um trabalho rápido de resgate dos jovens. Tínhamos atividades relacionadas ao meio ambiente, à informática, à cidadania e à escolaridade - disse Junior.
Hoje, as oficinas dos primeiros anos de organização se tornaram cooperativas. As principais são: Soluções em Informática, a Cooperfloripa – responsável pela marca Solto Surf Wear, Estética Afro, Papel Reciclado, Marcenaria é Arte e Gastronomia e Panificação.
Para quem está na sala de recepção, o ar traz o cheirinho do pão que está no forno. - - O que produzimos aqui volta para as comunidades. Fornecemos, por exemplo, pão e pranchas de surf em quantidades significativas por um preço mais acessível aos bairros carentes ou trocamos por outra mercadoria - conta o coordenador. De acordo com Junior, isso tem sido um motivo de interação entre comunidades que, antes, eram rivais, contribuindo para um melhor relacionamento entre os habitantes.
No meio da conversa, a pauta do dia é redirecionada. Depois do panorama geral do projeto, Junior conta que um grupo de meninos, contemplado pelas oficinas dos primeiros Aroeiras, está prestes a gravar um Cd.
- Eles participaram de aulas de manutenção de instrumentos e acabaram montando um grupo de percussão.
Milhões de pessoas, milhares de barracos, feitos de madeiras ou tijolos, mas parecem inacabados. Meio metro separa uma casa da outra. De fundo toca essa base que pela burguesia é discriminada. Eu conheço. Tenho orgulho, bate no peito, essa música vem do gueto. A situação é ruim, mas ninguém se alarma. Então, acima do subsídio, eu me dedico a fazer esse relato, esse desabafo. A voz do excluído chegou. MNP: Movimento Negro Periférico.
- Os guris têm talento de sobra, só faltam oportunidades. – deixou claro o professor Nicolas Malhomme, que leciona teoria musical – O grupo tem nome: Os Khentes. Nome bonito, não é?
Nicolas toca bateria desde os 17 anos na periferia Sul de Paris, França, onde nasceu. Passou, então a se interessar por percussão afro-cubana, africana e afro-brasileira. Quando veio ao Brasil, foi integrante do Maracatu Nação Pernambuco de Olinda durante 5 anos. Chegou a Florianópolis em 1996, e já tocou com bandas locais e escolas de samba. Hoje, é integrante da banda Expedição. De acordo com Nicolas, o preconceito ainda é uma barreira para a capacidade dos meninos.
- Eu estou bem feliz em poder ajudá-los. Força de vontade eles já tem. É só um empurrãozinho que eles vão, estás entendendo? A idéia é eles poderem caminhar com as próprias pernas o mais rápido possível. É verdade, também, que existe um certo preconceito por eles virem das periferias, dos morros. Isso dificulta bastante. Por isso, acho que gravar é uma maneira mais rápida e eficaz de eles divulgarem o trabalho e conseguirem oportunidades como músicos – opinou.
Terça-feira, 23 de outubro de 2007.
Mais uma vez, o destino era o IPC, no Estreito. Por volta das 14h cheguei ao local e a Rose foi comunicar os 4 integrantes do grupo de percussão Os Khentes. Findas as apresentações, seguimos para a sala de música. Fechamos uma roda com as cadeiras e começamos o descobrimento.
Eles querem montar uma escola de música, já que os outros projetos terminaram na formação de cooperativas. Guilherme de Souza Pereira, 17, era o mais desinibido, no começo. Ele quer ser rico para poder fechar um clube e promover o evento que já tem nome: Talentos Anônimos.
- Viver de música aqui no Sul é foda -, disse Guilherme - Sou fã do Odilon! Pode anotar aí. Um dia quero ser que nem ele e escrever um livro sobre baterias de escola de samba. Ele é o mestre de bateria da Grande Rio!
Desde pequeno, Guilherme observava o tio, que passava pela rua com um pandeiro em mãos, quando ficava na casa da avó. Ele, então, quis aprender a tocar. O interesse pela música não ficou mais de lado. Hoje, faz parte da banda Fascinasamba. Contou toda a trajetória da união, desde a época em que participaram das oficinas de manutenção de instrumentos e do despertar da curiosidade pela percussão. Depois do Aroeira 1, permaneceram como monitores e deram cursos aos jovens do Aroeira 2.
Não são todos os integrantes que acompanham o projeto desde o seu início. Djavan Nascimento Costa, que completou 21 anos no dia 26 de outubro e Ângelo Luis Carvalho, 23, entraram mais tarde. Aos poucos, o desembaraço mostrou-se nos risos incontidos e nas constantes brincadeiras que, antes de me divertirem, quase me fizeram imaginar que eles não estivessem me levando a sério. Djavan parecia envergonhado:
- Daqui a pouco ela vai achar que é tudo brincadeira!
As músicas são escritas por ele, que pensa em fazer faculdade de música e de letras. A coincidência não está só no nome, mas também na afinidade musical: ele diz gostar das músicas do artista de quem tem o mesmo nome. Djavan diz se inspirar no que pensa sobre tudo, desde o funcionamento da sociedade até uma briga entre irmãos.
O cara já tá eleito, não tem jeito
Acostumaram
Faz parte, as promessas são onipresentes
E nós todos somos oniscientes
Pois o relato nasce pra isso
Soa nato
Não vou deixar me levar de novo, não
O sistema não vai me pegar
Eu represento a sigla do morro MNP
Movimento Negro Periférico
Ângelo também esteve em contato com a música desde pequeno. O pai toca violão e o irmão mais velho tem deficiência na visão e é cantor de rap. Com Rajan Gonçalves, 17, não é diferente:
- Tu nasce escutando, nasce no meio do pagode, ouve, gosta e acaba aprendendo.
O nome do grupo vem de uma expressão que todos eles costumam usar.
- É de tanto falar “eu sou quente, irmão...tu sabe que sou quente”. Aí precisava de um nome e decidimos assim – explicou Guilherme.
- É! Só reformulamos pra ficar mais louco – interrompeu Djavan.
- Mais louco por quê? Por causa da escrita? – perguntei.
- Sim! Pra ficar diferente, ficar mais pá... – respondeu, sorrindo.
Nicolas entrou à sala enquanto fazíamos algumas fotos. Contou um episódio que não deixou os meninos contentes.
- Eu estava procurando Cds de rap, e não encontrei em loja nenhuma! Perguntei pra um vendedor e ele me disse que se trazem esse tipo de Cd pras lojas, vai ter gente que vai entrar lá pra roubar – falou o professor.
- Não quero ganhar dinheiro com essas lojas, não! Nosso Cd não vai pra lugar assim – adiantou Djavan.
Você diz que nós não temos motivos pra se revoltar
Na moral vocês não sabem o que temos que passar
Pra botar rango na mesa
Ser um mano firmeza e não deixar a família
Passar necessidade
Você não conhece a dura realidade
Mal saiu do estúdio, o Cd foi deixado em minhas mãos. As gravações contaram com a participação de duas primas de Djavan, Clarisse e Bruna. O Cd de samba e percussão está em fase de produção ainda.
Arielli Secco
Uma observação.
Desisto de tentar colocar parágrafos no texto.
31 de outubro de 2007
Recentemente, dois jornalistas passaram por Florianópolis e deram a sua opinião sobre esse tema. Marcos Sá Corrêa, editor da Revista Piauí, disse que é questão de tempo para que o último jornal seja lido. De acordo com dados que ele pesquisou, em 2043, sairá a última edição de um jornal impresso no mundo. Isso porque os leitores habituais de jornal estão começando a entrar em extinção. Ricardo Noblat, também discursou sobre o tema e lembrou à platéia que o assistia na Assembléia Legislativa que se os jornalistas não se adaptarem às novas tecnologias, estarão fadados ao desemprego muito em breve.
No entanto, o que nenhum deles se deu conta, é que apesar do crescimento vertiginoso que os meios eletrônicos têm tido nos dois últimos anos (o Brasil já possui 39 milhões de internautas e é o país que possui o maior tempo per-capita de acesso no mundo, com 19 horas mensais), vivemos em uma sociedade de grande exclusão social. Hoje, o salário mínimo é de 380 Reais. Um computador que consiga um acesso razoável à rede não sai por menos de 1000 Reais. Além disso, há o fato de que é muito caro para entrar na rede. Dois minutos de ligação em Santa Catarina custam 25 centavos e os provedores de banda larga ainda são inacessíveis para boa parte das pessoas que compraram computadores ultimamente. A introdução da TV digital, proposta para começar em São Paulo em dezembro, não terá o mesmo valor da internet, visto que as possibilidades de interação são limitadas àquilo que o canal transmissor considerar importante. Fora que todos os aparelhos de televisão vendidos no país hoje, vão necessitar de um conversor de sinal.
Como se não bastasse, a falta de educação da população exclui ainda mais a população com menor poder aquisitivo. Para manusear um computador é necessário saber ler, escrever e interpretar em inglês e português para se entender os milhares de comandos e mensagens de erro que eventualmente aparecem na tela do PC. Além disso, há que se considerar que uma boa parte dos usuários acessa a internet para buscar humor barato, pornografia, bate-papo, orkut, etc.
No entanto, não se pode desconsiderar que a rede mundial realmente vai ditar o futuro da comunicação. A velocidade com que as informações podem ser publicadas e o número quase infinito de fontes, ajudam a criar uma nova era de democratização da comunicação. Os meios impressos infelizmente não podem competir com isso. Talvez seja esse o motivo de tantas pessoas considerarem que o fim dos jornais e revistas está próximo.
O que é possível fazer é repensar o modo de se fazer jornais e revistas. Investir em matérias com mais profundidade e conteúdo e deixar de lado a factualidade pontual e, muitas vezes, estúpida e superficial, pode ser uma saída. Levar as matérias para um lado mais social e humano. Há uma escassez de pautas desse tipo, em especial na grande mídia. Assim, ao invés de continuar em declínio, novas portas se abrirão para os jornais e revistas.
30 de outubro de 2007
Amanhã vai ser outro dia, amanhã vai ser outro dia..........
27 de outubro de 2007
21 de outubro de 2007
A conversa foi interrompida pela convenção dos bons modos. A palestrante da Procuradoria Regional do Trabalho precisava falar sobre números. Pediam o nosso silêncio.
Depois das exposições sobre o Diagnóstico do Trabalho Infantil em Palhoça e em Biguaçu, realizado pela Organização Internacional do Trabalho, e sobre exploração sexual, a primeira pergunta de Cézar a mim:
- Mas tem que ter à tarde, também! É importante pra eles, né?
Cezar correu junto às outras crianças para o almoço. Antes, pedi a ele um abraço, que não me foi negado. Abraço apertado. Foi só o começo. Quem sabe, na próxima semana o boné já não seja mais tão utilizado.
17 de outubro de 2007
-você fuma?
-não.
-ah, então deixa, acendo outra hora, você não fuma é?
-não fumo cigarro
-ah, tu fuma uma maconha então
Murmuro algo que não diz sim nem não.
-é, quem hoje em dia não gosta de uma macoinha. o meu tá pronto já, daqui a pouco boto fogo.
-ah, tá pronto já é, para depois do expediente
-é, hoje à noite acendo
Vi que a situação poderia render boa história
-a maconha daqui é boa é?
-é, de primeira. tá aqui ó -enfia a mão no porta-objetos da porta e tira o baseado, enquanto quase entra na rua errada- saca só
Pego o pequeno cigarro, analiso, cheiro
-de onde é esse?
-tuiuti
-parece bom, é bem pura?
-é, tem só um negócio que eles usam para dar liga, mas é boa. Se quiseres a gente pode tocar fogo agora...
-não não, tô indo para casa agora
O carro pára na frente de meu destino, a corrida foi R$ 7,50. Abro a porta e o 0,50 do troco cai no bueiro. Paciência. Coisas do Rio de Janeiro.
29 de setembro de 2007
Só que não sei se é por sorte que tenho o prazer de me deparar com detalhes que muitos deixam passar despercebidos por seus olhos. Em um dado momento, vi uma "sátira" ao Senado e a situação grotesca que acontece com o presidente da casa, Renan Calheiros. Uma personagem era questionada sobre a fonte de renda que recebia de seu amante para custeio de despesas particulares.
Contudo, o que me chamou a atenção não foi a cena em si, mas um detalhe que não vi ninguém comentar até agora. Caso não tenham percebido, o nome do senador interpretado por Denis Carvalho, era "Luis Fernando Cardoso". Não vou perder tempo explicando o nome dele, pois acho que o leitor já conseguiu perceber onde quero chegar.
Algumas horas depois, o Jornal da Globo abriu a sua edição com a matéria principal falando sobre o crescimento da Companhia Vale do Rio Doce. Desde ontem, ela se tornou a maior empresa brasileira, superando a Petrobrás. No entanto, desde o comentário de abertura do jornal, proferido por Willian Waack, passando pela reportagem de Guilherme Portanova e terminando com o comentário de Arnaldo Jabor, em nenhum momento foi citado que a empresa foi "doada" pela módica quantia de 3,1 bilhões de Reais.
Na verdade, Jabor deixou escapar que nos 10 anos desde a privatização, a empresa cresceu oito vezes. Segundo a reportagem, ela vale hoje 286 bilhões de reais. Qualquer calculadora simples pode comprovar que a empresa custava, na época do leilão, algo em torno de 35 bilhões de Reais. Além de tudo, quem assistiu ao jornal, ainda foi obrigado a ter que ouvir o comentarista dizer que "É espantoso que o velho PT pense em reestatizar a Vale, na linha dos malucos do MST, dirigidos por maoístas, criados por bispos da pastoral da terra."
Talvez - corrijam-me os que pensarem o contrário - reestatizar a Vale não seja realmente a melhor saída. Todavia, não dá para fechar os olhos e esquecer do roubo que a população brasileira sofreu há 10 anos, quando a empresa foi privatizada.
Em um tempo no qual o congresso estuda abrir uma CPI para investigar as denúncias que Renan Calheiros fez contra a Editora Abril, faço aqui um pedido para que se investiguem todas as grandes empresas de comunicação do país. Liberdade de imprensa sim, mas com responsabilidade e com justiça acima de tudo.
22 de setembro de 2007
16 de setembro de 2007
14 de setembro de 2007
Helen nasceu em Lages, mas viveu a maior parte da sua vida em Balneário Camboriú. Suas paixões? As flores, a literatura e a cor lilás. E desde menina, a literatura já fazia parte de sua vida, inclusive trazendo influências para a pequena que marcariam toda a sua trajetória. Ela cita como uma dessas influências, a frase que leu “em algum lugar” e que não lembra o nome do autor: “Sem saber que era impossível, ele foi lá e fez”. As flores e a natureza em geral, também são fontes das quais a vida de Helen se nutre. Ela fala do hábito que adquiriu no curso de pós-graduação: abraçar árvores.
A conversa em vários momentos, torna-se um monólogo dela com os outros que estão na pequena sala com cheiro de mofo dentro da Unisul. Aliás, o cheiro se perde com a voz de Helen ao declamar poemas de Lindolf Bell já pelas 10h da manhã. Seus olhos se enchem de lágrimas quando ela se lembra de alguns momentos durante a produção do livro sobre o poeta. Muito antes de sequer imaginar a entrada na faculdade de jornalismo, os dois tiveram um único contato pessoal, que seria marcante para a então menina que ainda ensaiava suas primeiras letras no universo da poesia. Em 96, ouve um concurso no colégio onde ela estudava e Helen ficou com o primeiro lugar. Quem entregou o prêmio a ela foi justamente o poeta Bell que lhe disse no pé do ouvido: “segue o caminho da poesia”.
E a menina o fez. Continuou a escrever poemas. Não raro ela também os declamava em publico. Praças, reuniões com os amigos, até casamentos. Todos os lugares eram palcos para Helen mostrar o talento que estava começando a aflorar. Bell também era assim. Nos anos 60, ele fundou um movimento chamado de Catequese Poética, que consistia em levar a poesia até o público, onde quer que fosse.
Então um dia, veio a faculdade de jornalismo e lá a paixão por autores como Truman Capote, Tom Wolfe, Caco Barcellos e todos os autores que aderiam ao new journalism. A paixão foi quase tão instantânea quanto a que ela sempre cultivou pela poesia. Os textos sobre as mais variadas personalidades e lugares indicaram um caminho sem volta para a agora universitária Helen.
No entanto, a inspiração principal para escrever “Dom Quixote Catarinense” só viria no fim do curso. Helen fazia parte da recém inaugurada Academia de Letras de Balneário Camboriú, quando em uma das reuniões foi feita uma homenagem ao já falecido Lindolf Bell. Para receber a homenagem, a filha dele Rafaela Bell. Em seu discurso, Rafa – como a intimidade permitia a Helen assim se referir a filha do poeta – falou sobre as memórias que tinha do pai. Aquele discurso fez com que a estudante, a um ano da conclusão da faculdade de jornalismo, decidisse mudar os projetos que tinha em mente. Surgiu ali o embrião do que viria ser uma grande jornada em busca das histórias do velho poeta catarinense, quase esquecido pela literatura fora das fronteiras de SC.
Ela se emociona diversas vezes ao lembrar das coisas que aconteceram durante a produção do livro. Suas entrevistas, as aventuras em São Paulo, as dificuldades tanto financeiras quanto emocionais. Ela lembra que levou um ano para conseguir reunir e escrever as histórias sobre Lindolf Bell. Todas, divididas nos 24 capítulos que formaram o trabalho de conclusão de curso de Helen Francine.
Após o término da faculdade, Helen continuou a trabalhar na Rádio Univali, onde fez estágio durante o período acadêmico. Ela também é repórter da TV Mocinha de Balneário Camboriú. Ela diz que sempre busca trazer para suas matérias a poesia que sempre esteve presente na sua vida.
11 de setembro de 2007
Globalização maldita
O melhor de tudo nesse vídeo é a espontaneidade do moço.
Ayuda-nooooosssssssss!!!!!!!!!
4 de setembro de 2007
As imagens produzidas por grandes fotógrafos - carinhosamente vistas enquanto matava alguma aula chata, aguardando o intervalo - pelo estudante de arquitetura sentado nas poltronas verdes da biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP com certeza ajudaram a despertar o interesse pela fotografia. O livro era Image à la Sauvette, de Cartier-Bresson, e o leitor um dos maiores fotógrafos brasileiros, capaz de retratar o cotidiano das cidades como ninguém. Mas não as únicas.
***
1 de setembro de 2007
De vez em quando é legal respirarmos um pouco.
Aí está o novo layout da página que eu troquei sem consultar ninguém, nem mesmo os meus colegas aí do lado. Se alguém não gostar é só avisar que nós voltamos para o modelo antigo.
Como diria um professor que eu tive...
A todos, um abraço, um beijo e um queijo.
31 de agosto de 2007
30 de agosto de 2007
Assumo a falta de informações sobre as atitudes do catador de papelão que ocasionaram a ação da polícia militar. Porém, acredito que a partir do momento em que um ser humano está algemado, sem possibilidade de qualquer resistência física, não existe necessidade de brutalidade. Aquele homem que foi espancado transita pelas ruas ao redor do shopping todos os dias com seu cavalo e a carroça, recolhendo o lixo reciclável. Como cidadã e futura jornalista, a cena a que assisti terminou o meu dia de forma indesejável. Fui infeliz no sentido de não ter corrido atrás de detalhes no momento. Eu saía do trabalho e não tinha nenhuma câmera comigo para fazer algum registro, além de todo o cansaço que eu carregava em meu corpo. Resta-me, por ora, apenas manifestar meu descontentamento e minha insatisfação para com essas pessoas que acreditamos serem capacitadas e devidamente treinadas para lidar com situações como a ocorrida.
28 de agosto de 2007
O nome do filme traz a mesma marca que os sapatos vermelhos aos pés do papa. Boas atuações, Oscar para a atriz Meryl Streep (que, convenhamos, de Cruela Cruel para Miranda Priestley não foi grande diferença), o tradicional jogo de câmeras Hollywoodiano e o glamour do mundo da moda. O filme permite duas análises: a de que ele mostra os bastidores da moda como um mundo de poder e de estrelismos, ou a de que ele tem elementos suficientes para vir a ser uma crítica às banalizações da vida pós-moderna.
A cena inicial é o retrato puro e simples da uniformização provocada pelo que é convencionalmente chamado de “beleza”. Mulheres supostamente diferentes se maquiam em frente ao espelho e vestem as roupas da moda a fim de se enquadrarem ao padrão. A Impressão que se tem é de uma auto-fábrica a que todas se submetem. Os cílios postiços, os tecidos esvoaçantes e o salto alto forjam uma imagem plástica, irreal. Já antes de Cristo, filósofos como Aristóteles discutiam a beleza em um patamar diretamente relacionado ao bom, ao amor, à felicidade, diretamente interligados com a alma, a essência, o ontológico dos seres. Uma beleza construída, não comprada. Como pode o ser humano, então, ter perdido tanto ao restringir o belo a marcas, a cores estampadas artificialmente no rosto e à aparência?
Acredito que, antes de relacionar tal fato com hábitos como consumismo, é preciso aprofundar a questão ao sentimento humano: à ansiedade, à solidão e à necessidade de se sentir parte de um segmento social fruto de impressões. Não se usa o que se gosta, pois o gosto se confunde ao que está destacado nas páginas ou nos programas de televisão como “o que está na moda!”. As pessoas não se interligam simplesmente por afinidade ou por compaixão, e sim pelos óculos, pela bolsa ou pelo tênis da vez. A sociedade da espetacularização (conceito proposto por Guy Debord) provoca uma sensação de satisfação àqueles que estimam valores materiais em lugar de valores construídos pela vivência. Uma marca não passa de um vazio. Uma ideologia superficial é difundida em outdoors e em formas diversas de publicidade a troco de um nome bordado em uma etiqueta, supervalorizando um objeto que pode não passar de um pedaço de tecido. Encontramo-nos na sociedade dos signos, a que não se atribui significado algum além do capital, ao contrário do que é proposto pela semiótica. Tudo é fabricado para ser exposto e desfilado nas passarelas de asfalto, que são as mesmas por que pisam pessoas à margem do glamour.
A coisificação do ser pode ser explicitamente identificada no filme quando a editora-chefe da revista Runway, Miranda Priestley, chama sua nova contratada como segunda assistente, Andrea (a mocinha inocente que só queria conseguir um bom emprego como jornalista e que sempre criticou o mundo da moda) de Emily (nome da superior primeira assistente). Isso prova, além do poder e da submissão, que não havia diferença para a editora levar em consideração que existia uma pessoa trabalhando, com nome, personalidade e sentimentos. A própria Andréa, aliás, submeteu-se a desrespeitar-se: re-personalizou-se para se enquadrar na função que a cabia. Sempre humilhada por seu modo de se vestir e pelo seu modo de lidar com os fatos, ela passou por uma transformação que provou ser supérflua e temporária ao final do filme. O final feliz foi que, mesmo tendo mudado seu modo de se vestir e de lidar com as pessoas, seu pensamento permaneceu o mesmo e falou mais alto em uma das últimas cenas, quando a Andréa-que-não-Emily virou as costas para a vida que levava como assessora da editora da Runway para voltar à busca pelo emprego que realizaria verdadeiramente seu sonho como jornalista, ainda que isso não equivalesse a glamour e purpurinas.
24 de agosto de 2007
Muito rende o pertinente assunto. Ainda que não seja verão, aproveito a temática da incorporação do público como privado para lembrar dos bares e hotéis do Jurerê. Seja final de semana, seja terça-feira; ocupam todos metade da praia com suas cadeiras e gurda-sóis. Não importa se o cidadão chega cedo, lá estão dezenas de cadeiras vazias ocupando a areia. Como infelizmente quase ninguém se arrisca a ficar no meio, ficam quase áreas privadas - faixa de areia do beach village, do el divino, etc. Sem contar as músicas que tais bares obrigam todos que estão num raio de quatro km a ouvir. Só uns bate-estaca de merda.
23 de agosto de 2007
19 de agosto de 2007
9 de agosto de 2007
Um tanto quanto bizarro.
4 de agosto de 2007
Ótima reportagem. O Pan acabou, mas as confusões continuam.
30 de julho de 2007
24 de julho de 2007
22 de julho de 2007
21 de julho de 2007
20 de julho de 2007
Começa a contagem regressiva para a regeneração da política brasileira. Hoje morreu o senador Antônio Carlos Magalhães. Com certeza, a maior parte dos mortos no acidente com o avião da TAM nesta terça não se importaram que deixemos um pouco o luto por eles de lado para comemorar este dia.
Antônio Carlos Magalhães está na política há mais de 40 anos. Entre seus grandes aliados sempre estiveram Roberto Marinho, José Sarney, Collor. Sua política consistia em, literalmente, acabar com todos os adversários.
Apoiou plenamente a ditadura militar. Fez parte da UDN (União Democrática Nacional, partido de direita) e da ARENA (Aliança Renovadora Nacional, partido do governo militar). Teve três mandatos de governador na Bahia. Em todos os anos que atuou na política, poucas vezes seus apadrinhados perderam as eleições.
Durante o governo de Sarney, foi ministro das comunicações. Sua trajetória neste cargo ficou marcada por diversas concessões liberadas em troca de favores políticos. Em 2001, um mais um escândalo de grandes proporções se abateu sobre a carreira do coronel baiano: ele foi acusado de ter violado o painel de votações do senado.
A única coisa que não deixa este dia completo, é que ainda há alguns outros "medalhões" como ACM na política brasileira. Mas se a justiça brasileira é lenta o bastante para não deixá-los pagar com duras penas todos os males que trouxeram à este país, com certeza o tempo e a idade tratarão de levá-los para longe de nós.
Mesmo assim, o dia de hoje deveria ser declarado como feriado nacional, pois a esperança que traz o falecimento do coronel baiano para o povo sofrido deste país é, sem dúvida, comparável ao dia da Independência.
18 de julho de 2007
16 de julho de 2007
Copa América 2007
12 de julho de 2007
Copa América 2007
11 de julho de 2007
Copa América 2007
8 de julho de 2007
5 de julho de 2007
4 de julho de 2007
Para que alguém consiga o título de repórter do século, é preciso mais do que prêmios. Mais ainda quando se trata do século da televisão, do século da Revolução Russa, do século do rock n’roll, do século da guerra fria, do século das duas grandes guerras mundiais. O século XX ficou na história como referência cronológica para diversos acontecimentos. Conteúdo para o jornalismo não faltou. Para tanto, exemplos como o compromisso de José Hamilton Ribeiro com a abordagem envolvente e aprofundada dos fatos é fundamental para que a prática jornalística faça parte dessa mesma história. O livro Repórter do Século traz uma reunião de textos premiados escritos pelo jornalista que esteve no hospital ora para acompanhar os primeiros transplantes de órgãos no Brasil e retratar a situação alheia, ora para tratar-se depois de acidentalmente pisar em uma mina no Vietnã e transformar sua dor em palavras.
Acima de tudo, Repórter do Século desmistifica a máxima de que o jornalista deve se distanciar do acontecimento e ficar o mais próximo possível da imparcialidade. Para expor uma história em demasiados detalhes e ocupar, inclusive, as entrelinhas do papel, José Hamilton Ribeiro, antes, viveu todas as palavras que escreveu. A coletânea conta com sete reportagens que receberam o prêmio Esso de jornalismo e mais a reportagem sobre o Vietnã. A grande maioria delas foi publicada na revista Realidade, que na década de 60 foi a contribuição brasileira para o Novo Jornalismo (reformulação na prática jornalística iniciada nos Estados Unidos por nomes como Truman Capote, Gay Talese, Norman Mailer, etc. e vigorada nas décadas de 60 e 70).
A produção jornalística de José Hamilton Ribeiro possui ritmo e elementos que envolvem o leitor. Ele opta pela elaboração de perfis de personagens como pano de fundo para as histórias. O repórter do século trata de assuntos relacionados à medicina e à ciência com naturalidade, familiarizando o leitor. As informações trazidas nas reportagens podem ser levadas a essa perspectiva, visto que são assuntos já desatualizados e que ocasionalmente não interessam a um leitor comum que esteja a procura de entretenimento com a leitura.
O livro termina com as perguntas mais freqüentes a que José Hamilton Ribeiro responde. A mais curiosa tem uma resposta original e ágil. Ele diz: “Num programa de auditório no Rio, de tevê, me perguntaram, visto que continuei minha carreira no jornalismo, se era difícil ser repórter com uma perna só. Respondi: ‘É mais difícil do que com duas, mas é mais fácil do que com quatro’”.