30 de abril de 2009

Pauta que pariu!




A Lei estadual 13.348/05 foi promulgada em 2005. De acordo com o site do Ministério Público de Santa Catarina, essa Lei determina que:

Art. 1º Fica obrigatória a isenção do pagamento de estacionamento em shopping centers, supermercados e agências bancárias onde o usuário permaneça por período igual ou inferior a noventa minutos.

Parágrafo único. O cliente usuário do estacionamento de que trata o caput do art. 1º deverá obrigatoriamente apresentar na saída do estacionamento, cupom fiscal de compra de mercadoria ou serviço com valor maior ou igual a dez vezes o valor da taxa.

Art. 2º Esta Lei se aplica a todos os estabelecimentos referidos no art. 1º, que ofereçam serviço de estacionamento próprio ou terceirizado.

Art. 3º Não tendo condições de comprovar a compra de mercadoria, o cliente pagará normalmente pelo estacionamento.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.



O fato é: no shopping Itaguaçu, em São José, existe apenas um guichê legal! Sim! Os outros são ilegais! É o que diz o recado gentil que aparece na foto aí em cima!

Pergunta: Poxa, e se eu parei meu carro em uma vaga longe desse guichê?
Resposta: Você se deu mal!

Pergunta: O que acontece se eu for ao shopping em um dia de muito movimento, tiver uma fila enorme nesse guichê e o meu tempo estiver prestes a se esgotar?
Resposta: Você se dá mal!

Aí partimos para a suposição de que são apenas R$ 3,00 [R$ 2,00 às quartas-feiras]! Quem vai ficar mais pobre por causa dessa "merreca"? Eu não sei, mas sei responder quem ficará mais rico com essa falta de respeito. São três reais aqui, três ali, três acolá... e e-laiá!


E aí? O que você acha disso? Acontece o mesmo aí onde você mora ou não existe nenhuma Lei que determine alguma coisa no seu estado?



Obs: infelizmente não existe nada nessa imagem que comprove o local em que o guichê está, a não ser o reflexo do shopping no vidro! Aos que não reconhecerem, garanto que minha palavra ainda vale alguma coisa e que isso pode ser constatado no Itaguaçu!

28 de abril de 2009

Podcast Aspirantes #4

Rápida explicação. Minha idéia era que isto fosse escutado, não lido. Porém acabo de descobrir que meu microfone não está muito bom. Para não deixar de publicá-lo, ele vai em texto mesmo. Bom, vale a intenção.
O ano era 1996 e o Sepultura, talvez maior banda de metal do brasil, lançava seu sétimo álbum: Roots. Max e Igor cavalera, Paulo Jr. e Andreas Kisser realizam uma pesquisa sobre música brasileira, e o resultado foi uma sonoridade diferente do que a banda havia prodizido até aquele momento. Do que álbum que contou com a veia percussiva de Carlinhos Brown, saíram sucessos como Roots Bloody Roots e Ratamahatta. Durante a gravação, o Sepultura passou três dias na aldeia xavante de Pimentel Barbosa, no Mato Grosso. O resultado, duas jóias do álbum: uma aula de violão de Andreas em Jasco; depois Itsári, talvez a melhor canção do disco, gravada na própria aldeia. Itsári, no dialeto da tribo, significa raiz, raízes, e o resultado dessa parceria você ouve agora. Sepultura, com Jasco e Itsári.

24 de abril de 2009

novidades

Como deves ver, o aspirantes a jornalistas passou - e ainda passa - por mudanças. Aliás, nós três passamos por mudanças. Terminar a faculdade é engraçado, eu por exemplo ainda me vejo muito mais como um estudante normal do que «jornalista formado». Pode parecer mero lero-lero, todavia leva um tempo até reestruturamos toda uma rotina que durante quatro anos foi basicamente a mesma.
Em breve pretendemos retomar este blog, no qual acreditamos fervorosamente, e continuá-lo como uma extensão e (tomara) nosso próprio trabalho. Vontade, como sempre, não falta. No meu caso, falta uma verba a financiar alguns projetos fotográficos, nada que daqui a pouco eu consiga. Falta também um visto para chegar à palestina e outros recônditos ao redor do globo. Mas os anúncios do uol devem providenciar isto.
Aproveitando o ensejo, alguns fatos que chamaram a atenção nos últimos dias:
- Nando Reis desembarca novamente na ilha, dia nove de maio. O show será no floripa music hall, e quem quiser conferir, prepare o bolso. Primeiro lote de ingressos a R$ 50 e segundo R$ 60.
-Santa Catarina está fora da copa do br. Após o empate do figueirense contra a ponte preta, o criciúma perdeu ontem para o náutico por 3x2 e também deu adeus à competição.
- Jogão ontem entre inter e sampdoria, em milão, pela copa da itália. Os genoveses perderam por um tento a zero, porém aplicaram 3x0 no jogo de ida e farão final inédita contra a lazio, 13 de maio, em roma.
- Em matéria publicada ontem, no diário catarinense: questionado se reembolsaria à câmara de deputados as 14 passagens aéreas emitidas em seu nome - todas a terceiros -, nelson goetten deu a seguinte explicação: "Devolver é complicado. Deputado trabalha com tanta difuculdade, mal consegue pagar suas contas". Está lá, na página seis do DC. Engraçado, na página da ong transparência brasil descubro que cada deputado estadual de santa catarina custa nada menos que R$ 6.096.000,00 por ano. E olha que são 40!

10 de abril de 2009

Por um jornalismo mais rock n' roll (especial de Páscoa)

Olá criançada! Segue abaixo uma seleção de vídeos que encontrei no Orkut, para lembrá-los dos efeitos do excesso de guloseimas. Espero que sobrevivam à pancada calórica e lembrem-se: chocolate demais engorda!



















Feliz páscoa a todos que passam por aqui!

7 de abril de 2009

Ainda é dia sete.

Ainda é dia do jornalista.

Ainda é tempo de dizer "parabéns para nós".

Viva!

5 de abril de 2009

Um beijo

Estávamos um dia passeando, eu e meus amigos, quando vi seu rosto pela primeira vez. Cidade pequena, sabe como é, um novo rosto é facilmente detectado por todos. Eu conhecia todos os habitantes e isso não é exagero. Claro, tinha mais ou menos afinidade e contato com alguns, nem todos podiam ser considerados, como dizem os jovens hoje, “parceiros”. Mas conhecia todas as faces de meus vizinhos. Então ela caminhava com a mãe. Seus olhos transmitiam uma inocência que nunca havia visto antes. Ela era quase uma santa.

Parei e fitei-a por uma fração de segundo. Meus amigos nem a viram naquele dia. Só o fariam semanas depois, numa festa tradicional onde ela foi, também acompanhada dos pais. Estavam empolgados com a conversa sobre o jogo de domingo. Os torcedores do time vencedor caçoavam dos perdedores, mas tudo com muito respeito entre si. Eram bons tempos aqueles, sem discussões por motivos fúteis. Ainda sinto saudades daquela época. Aos 21 anos, eu pouco sabia da vida, mas só percebi isso agora, no alto dos meus 70 e alguns.

Enfim, percebi que ela notou o grupo de rapazes falando alto pela rua. Não tinha como ela deixar de nos ver, tamanha a algazarra que fazíamos. Todavia, minha voz baixou depois de vê-la. Senti algo diferente naquele momento. Cheguei a ficar completamente calado e meus amigos só perceberam quando chegamos ao bar e, depois de tomarmos uma cerveja, cada um tomar o rumo de casa. Foi quando Aurélio me questionou porque ficara quieto tanto tempo, mas desconversei e não disse o motivo.

O motivo era uma garota de pele clara, cerca de 1,70m, magra, mas com algumas curvas, naquela época bastante elogiáveis, hoje, nem tanto. Olhos verdes que, com o perdão do uso de um termo tão batido, pareciam duas pedras de jade encravadas no rosto rosado pelo pó-de-arroz. Seus lábios eram finos, permeados com um batom levemente rosado, que servia apenas para realçar a cor e contrastá-los com as bochechas, tudo muito sutil. Ela estava usando um vestido que ainda hoje está em perfeito estado, guardado na memória. Se tivesse o talento para as artes gráficas, poderia redesenhá-lo com precisão.

Nos dias seguintes, comecei a perguntar a um e outro detalhes sobre ela, quem era, de onde veio, quem são seus pais. Para cada um, perguntava alguma coisa diferente, tudo para não levantar suspeitas de meu interesse. Então descobri que ela era filha de um militar do exército, que havia sido transferido para a nossa cidade com o intuito de montar um novo batalhão. Ele pesquisaria a região e os homens disponíveis, descobriria suas principais habilidades e enviaria os dados ao Estado Maior, que se encarregaria da criação dessa nova unidade. O trabalho dele tinha prazo de início e término e ele iria embora assim que tivesse completado sua missão.

O problema, para mim, foi que não descobri essa última parte a tempo. Depois de saber tudo sobre a vida dela, comecei a observá-la de longe quando caminhava com a mãe pela praça da cidade. Nos finais de semana, esperava a missa para encontrá-la. Comecei a flertar de longe e aos poucos fui me aproximando. Além disso, talvez tenha sido meu maior erro, também fui me apaixonando por ela.

Quando ouvi sua voz pela primeira vez, senti-me hipnotizado, como nas histórias dos navegadores com as sereias que os seduziam até as pedras, onde os navios batiam e naufragavam. Foi mais ou menos o que ocorreu comigo. A diferença é que estávamos em terra bem firme e meu navio era o coração.

Então, chegou o dia da festa de Santo Antônio em nossa cidade. Apesar de nem a igreja ser dedicada a esse santo, essa era uma das festas mais populares naquele povoado. Só perdia para as comemorações de fim de ano e para o feriado da Independência. Talvez tenha sido até a fama de nossas comemorações no dia sete de setembro que fizeram o exército se interessar pela nossa gente. Dadas as devidas proporções, era uma festa tão grande quanto à da capital do país, Rio de Janeiro. Todo mundo da região vinha ver. Certa vez, antes da instalação do exército, o prefeito foi até o comando estadual e, de tanta insistência, convenceu os generais a mandarem um tanque de guerra para as comemorações.

Lá eu a vi de novo. Eu estava novamente com meus amigos, mas sorrateiramente saí de perto deles e fui espreitá-la de longe. Ela estava o tempo todo com os pais. Devido às minhas insistentes tentativas de flerte, a moça já sabia que eu queria conhecê-la. Havia uma roda gigante e seus pais resolveram levá-la, pois ela nunca tinha estado numa. O problema é que em cada banco cabiam apenas duas pessoas sentadas. Então, vendo a cena da indecisão sobre quem subiria com ela, cheguei próximo e me ofereci a fazer companhia para a garota que morria de medo de altura.

Seus pais foram num banco onde era possível nos ver muito bem, logo atrás de nós. Não liguei para isso e comecei a conversar, enquanto a roda girava. Ela era bem tímida no começo, mas em dois minutos se soltou e passou a falar bastante, por vezes mais que eu. Bem baixinho, no ouvido dela, combinamos de nos encontrar antes do fim da festa. Seria a minha chance de declarar minhas intenções.

Dito e feito. Como num passe de mágica, ela conseguiu se livrar do pai militar e da mãe carola de igreja para nos encontrarmos no lugar combinado, sem atrasos. Falamos por cerca de três minutos, então, quando terminei de dizer o que pretendia com ela, trocamos um beijo no rosto um do outro.

A partir daquele dia, meus amigos já haviam percebido – e bem – a presença dela na cidade. Da mesma forma, em dois dias notaram meu interesse nela. Nós trocávamos olhares enquanto ela passava na rua. No alto de seus 18 anos, estava começando a fazer amigas nos dias que freqüentava a igreja. Eu achava aquilo o máximo. “Linda e pura”, pensei.

E realmente ela era. Ficamos mais duas semanas trocando olhares até que consegui conversar com ela na saída da missa de domingo. Foi rapidamente e apenas pudemos marcar outro encontro. Seria dali a dois dias, atrás das casas da praça da cidade. Novamente, ela cumpriu o combinado e chegou com pontualidade ao local.

Esses detalhes me enchiam cada vez mais de amor por ela. Neste dia, enfim, a beijei. Acho que foi o primeiro beijo dela. Um momento mágico. Só assim é possível descrever aqueles minutos. Apaixonadamente nos beijamos por cerca de meia hora. Ela foi embora e marcamos outro encontro. Combinamos que, se em três encontros continuássemos nos amando, assumiríamos a relação diante de nossos pais.

Contudo, ela não cumpriu o acordo e jamais apareceu ao segundo encontro. O pai dela terminara o trabalho antes do previsto e a família foi embora da cidade. Tudo durou cerca de um mês e meio, desde o dia em que a vi pela primeira vez. A rua onde marcamos já não existe mais, mesmo assim, por anos, voltei lá atrás daquele beijo. A vida seguiu e casei-me com outra. Eu a amo a minha esposa até hoje, mesmo estando enferma e próxima da morte.

Cada dia que passa, lembro daqueles lábios úmidos tocando os meus, lembro da respiração dela levemente ofegante, o perfume de jasmins, tudo. Com a mulher que me casei, não fui santo, eu a traí algumas vezes no início do casamento, Na verdade, eu a traí no momento em que nos conhecemos, pois jamais me esqueci do beijo que nunca mais encontrei. Apesar de tudo isso ainda viver comigo, tive uma vida feliz e penso que poderei morrer logo, em paz. Talvez na outra vida a encontre e prove aquela boca por toda a eternidade.

3 de abril de 2009

O sol nos esquenta aos poucos. Deitados na grama, abraçados, ela esfrega o cabelo em meu rosto. Unidos pelas mãos e pelo fone do ipod, aguardamos como se a qualquer momento fosse algo de diferente acontecer. O óculos de armação enorme jogado ao lado das mochilas, ao lado da garrafa d’água, ao lado do isqueiro, ao lado dos tênis.

Se chovesse agora ela não gostaria de estar com esta blusa, penso. É branca e fina, quase dá para ver as tatuagens sob ela. O piercing, não. Do leve aclive onde estamos pode-se ver todo o movimento da universidade, o vaivém nas lanchonetes. Está quase na hora do intervalo e com certeza minha professora ocupará uns 10 minutos dele para terminar de esculhambar todas as notas ruins da sala. Foda-se, eu fui bem, não ficaria lá perdendo tempo. Ela só tem as duas últimas, e com certeza chegará uns 10 minutos atrasada.

Abre a bolsa, tira a caixinha de palheiros comprada em bh. Acende um, o cheiro da fumaça misturada com seu seu perfume.
- Vou pegar um café
- Também quero
Calço o pony azul cano alto com a dificuldade de sempre, arrumo o wayfarer e desço em direção à praça de alimentação. Sempre as mesmas pessoas, gosto daqui. Caminho lentamente entre as mesas, cumprimento os conhecidos, confirmo que não perdi nada saindo mais cedo da aula. Peço os expressos na xícara mesmo, no copo sempre acabo derramando. Volto equilibrando-as com um brigadeiro de colher, ela sempre gosta. Mistura metade com o café e come o resto.

- Demorou...
- Está cheio, intervalo
- Oba, brigadeiro de colher
Sempre fala isso. Me dá um beijo e diverte-se preparando sua receita. Sento, como uma colherada e bebo meu puro.
- Essa aula é muito chata, mas eu não posso faltar mais, e tem prova semana que vem.
- Também vou entrar agora, de certo ela passará algum trabalho e ficaremos até depois de meio dia.
- Te espero no corredor
- Não quer entrar, ela não liga
- Ah, tem muita gente nessa aula, fico com vergonha, fico no banco te esperando. Vamos no cinema hoje?
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