O fim do meio impresso.
TV digital, internet, convergência de meios de comunicação. A tecnologia, sem dúvida, transformou para sempre a forma como lidamos com a comunicação. Tantas metamorfoses fizeram com que se abrisse a discussão sobre o fim do meio impresso. Será que o livro vai realmente acabar? E qual será o futuro dos jornais? Haverá espaço para o papel em um mundo completamente digital? O bate-boca sobre isso ganhou mais intensidade quando o New York Times anunciou que deixará de ter a sua versão impressa dentro de alguns anos e irá manter apenas sua página na rede.
Recentemente, dois jornalistas passaram por Florianópolis e deram a sua opinião sobre esse tema. Marcos Sá Corrêa, editor da Revista Piauí, disse que é questão de tempo para que o último jornal seja lido. De acordo com dados que ele pesquisou, em 2043, sairá a última edição de um jornal impresso no mundo. Isso porque os leitores habituais de jornal estão começando a entrar em extinção. Ricardo Noblat, também discursou sobre o tema e lembrou à platéia que o assistia na Assembléia Legislativa que se os jornalistas não se adaptarem às novas tecnologias, estarão fadados ao desemprego muito em breve.
No entanto, o que nenhum deles se deu conta, é que apesar do crescimento vertiginoso que os meios eletrônicos têm tido nos dois últimos anos (o Brasil já possui 39 milhões de internautas e é o país que possui o maior tempo per-capita de acesso no mundo, com 19 horas mensais), vivemos em uma sociedade de grande exclusão social. Hoje, o salário mínimo é de 380 Reais. Um computador que consiga um acesso razoável à rede não sai por menos de 1000 Reais. Além disso, há o fato de que é muito caro para entrar na rede. Dois minutos de ligação em Santa Catarina custam 25 centavos e os provedores de banda larga ainda são inacessíveis para boa parte das pessoas que compraram computadores ultimamente. A introdução da TV digital, proposta para começar em São Paulo em dezembro, não terá o mesmo valor da internet, visto que as possibilidades de interação são limitadas àquilo que o canal transmissor considerar importante. Fora que todos os aparelhos de televisão vendidos no país hoje, vão necessitar de um conversor de sinal.
Como se não bastasse, a falta de educação da população exclui ainda mais a população com menor poder aquisitivo. Para manusear um computador é necessário saber ler, escrever e interpretar em inglês e português para se entender os milhares de comandos e mensagens de erro que eventualmente aparecem na tela do PC. Além disso, há que se considerar que uma boa parte dos usuários acessa a internet para buscar humor barato, pornografia, bate-papo, orkut, etc.
No entanto, não se pode desconsiderar que a rede mundial realmente vai ditar o futuro da comunicação. A velocidade com que as informações podem ser publicadas e o número quase infinito de fontes, ajudam a criar uma nova era de democratização da comunicação. Os meios impressos infelizmente não podem competir com isso. Talvez seja esse o motivo de tantas pessoas considerarem que o fim dos jornais e revistas está próximo.
O que é possível fazer é repensar o modo de se fazer jornais e revistas. Investir em matérias com mais profundidade e conteúdo e deixar de lado a factualidade pontual e, muitas vezes, estúpida e superficial, pode ser uma saída. Levar as matérias para um lado mais social e humano. Há uma escassez de pautas desse tipo, em especial na grande mídia. Assim, ao invés de continuar em declínio, novas portas se abrirão para os jornais e revistas.
Recentemente, dois jornalistas passaram por Florianópolis e deram a sua opinião sobre esse tema. Marcos Sá Corrêa, editor da Revista Piauí, disse que é questão de tempo para que o último jornal seja lido. De acordo com dados que ele pesquisou, em 2043, sairá a última edição de um jornal impresso no mundo. Isso porque os leitores habituais de jornal estão começando a entrar em extinção. Ricardo Noblat, também discursou sobre o tema e lembrou à platéia que o assistia na Assembléia Legislativa que se os jornalistas não se adaptarem às novas tecnologias, estarão fadados ao desemprego muito em breve.
No entanto, o que nenhum deles se deu conta, é que apesar do crescimento vertiginoso que os meios eletrônicos têm tido nos dois últimos anos (o Brasil já possui 39 milhões de internautas e é o país que possui o maior tempo per-capita de acesso no mundo, com 19 horas mensais), vivemos em uma sociedade de grande exclusão social. Hoje, o salário mínimo é de 380 Reais. Um computador que consiga um acesso razoável à rede não sai por menos de 1000 Reais. Além disso, há o fato de que é muito caro para entrar na rede. Dois minutos de ligação em Santa Catarina custam 25 centavos e os provedores de banda larga ainda são inacessíveis para boa parte das pessoas que compraram computadores ultimamente. A introdução da TV digital, proposta para começar em São Paulo em dezembro, não terá o mesmo valor da internet, visto que as possibilidades de interação são limitadas àquilo que o canal transmissor considerar importante. Fora que todos os aparelhos de televisão vendidos no país hoje, vão necessitar de um conversor de sinal.
Como se não bastasse, a falta de educação da população exclui ainda mais a população com menor poder aquisitivo. Para manusear um computador é necessário saber ler, escrever e interpretar em inglês e português para se entender os milhares de comandos e mensagens de erro que eventualmente aparecem na tela do PC. Além disso, há que se considerar que uma boa parte dos usuários acessa a internet para buscar humor barato, pornografia, bate-papo, orkut, etc.
No entanto, não se pode desconsiderar que a rede mundial realmente vai ditar o futuro da comunicação. A velocidade com que as informações podem ser publicadas e o número quase infinito de fontes, ajudam a criar uma nova era de democratização da comunicação. Os meios impressos infelizmente não podem competir com isso. Talvez seja esse o motivo de tantas pessoas considerarem que o fim dos jornais e revistas está próximo.
O que é possível fazer é repensar o modo de se fazer jornais e revistas. Investir em matérias com mais profundidade e conteúdo e deixar de lado a factualidade pontual e, muitas vezes, estúpida e superficial, pode ser uma saída. Levar as matérias para um lado mais social e humano. Há uma escassez de pautas desse tipo, em especial na grande mídia. Assim, ao invés de continuar em declínio, novas portas se abrirão para os jornais e revistas.
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