15 de junho de 2009

Eu realmente queria ter mais tempo para entrar aqui com uma periodicidade menor do que a cada quinze dias. Porém - não sei porque - acabo sempre arrumando outra coisa para fazer na hora de sentar frente ao computador e teclar alguma bobagem.




Em todo caso, está no ar, já há um tempinho, o blog da Revolta da Catraca. Isto pela singela causa de, em 2009, celebrarmos cinco anos da mobilização que parou a cidade. Tanto a primeira quanto a segunda revoltas foram marcantes, porém falo especificamente da segunda (2005), pois foi a que tive a felicidade de participar.




Então um simples calouro de jornalismo, entrei meio que por acaso, convidado por uns amigos, para ver o que acontecia. E, sinceramente, não imaginava o momento histórico que se desenrolaria na minha cidade. Como eu era, além de calouro, meio bocó, na primeira passeata estava lá na frente, com o grupo que caminhava em direção às pontes. Vendo o choque enfileirado, julguei que cada grupo ficaria parado de frente para o outro e depois todos iríamos para casa. Errei. A primeira bomba de gás estourou a não mais de dez metros, saí correndo cheirando o gás que hoje sinto falta.




Vieram mais quatro dias, e ficamos "escolados". Levar uma bandana no pescoço, nunca ficar na linha de tiro, nem muito isolado. Apesar da câmera do tamanho de uma caixa de fósforo que tinha à época, acho que meu registro fotográfico da revolta da catraca foi imprescindível para minha formação de fotógrafo e jornalista. E, sobretudo, me atrai até hoje a qualquer tipo de confusão, confronto, conflito etc. Não por acaso robert capa fazia as fotos que fazia. Não a toa havendo única vaga para cobrir uma guerra, a redação inteira disputará arduamente. Dizem que adrenalina vicia, e a sentida num momento desses é única. Além, saber que não se viu o momento acontecer, mas ser participante dele, é outro prêmio.
Por isso, até hoje lembro nostálgicamente daqueles dias em 05. Câmera, colete e prepare-se para correr.

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