Três repórteres, um blog e poucas postagens... =D
26 de junho de 2009
Não podia deixar de contribuir coa cobertura do blog. Entretanto, deixo apenas uma lembrança do cara que dançava como ninguém faz igual. Estava entre duas músicas para colocar aqui: o balanço de "rock with you" ou a clássica calçada luminosa de "billie jean". Como o samuel já colocou uma, deixo a ótima "rock with you", do dançante álbum off the wall, de 1979, que "só" vendeu 11 milhões de cópias.
Michael Jackson - a lenda
Até o momento, além da avalanche de sites e blogs tratando do assunto, duas informações já me chamam a atenção. Segundo o site da MTV Brasil, 30% de todos os posts do Twitter falam sobre Michael Jackson. Outra informação é que menos no momento em que escrevo isto, seis entre os 10 álbuns mais vendidos no iTunes, da Apple, são do cantor. A mesma proporção também para videoclipes baixados no programa. Não duvido que pela manhã ele esteja sozinho em ambas as listas. Jogada de marketing? Talvez, veremos quem vai capitalizar mais com a notícia.
Para os fãs de plantão da MTV (há tempos, já não sou mais um deles), ficam três vídeos que me assustaram. Penélope Nova dando a notícia em seu programa ao vivo, MTV na Rua. Que coisa bizarra. Até entendo o choque com o fato, mas convenhamos que foi absolutamente sem noção. Prestem atenção na platéia que fica sem ação, duvidando do que ela diz. Ao fundo, ouvem-se reclamações pela forma como a apresentadora trata o assunto. E ainda tem gente contra o diploma de jornalismo... Façam-me o favor.
25 de junho de 2009
Por um jornalismo mais rock n' roll (luto)
Aos 50 anos, o maior artista pop da história deixa o mundo. Michael Jackson morreu no início dessa noite (horário de Brasília), em Los Angeles. Segundo as primeiras informações, o cantor teria sofrido uma parada cardíaca.
Nos anos 80, com o álbum "Thriller" Michael atingiu padrões de venda jamais imaginados e alcançados por qualquer outro artista. Mais de 20 anos depois do lançamento desse álbum ninguém conseguiu superar seu sucesso. Na década seguinte, escândalos sexuais envolvendo crianças acabaram o transformando de mito venerável em monstro. Sua carreira musical se iniciou no começo dos anos 70, cantando com seus irmãos no grupo The Jackson's 5.
De garotinho e ídolo do pop a uma criatura bizarra e excêntrica, de negro a branco, de milionário detentor dos direitos autorais das músicas dos Beatles a um cantor quase esquecido e falido, Michael Jackson deixa três filhos e um desafio: haverá alguém capaz de lhe tirar a coroa de Rei do Pop?
(No vídeo, clássica apresentação na Motown, onde Michael apresentou pela primeira vez seu famoso passo de dança conhecido como Moonwalk)
24 de junho de 2009
23 de junho de 2009
Post interativo
"O muito não significa nada quando, no vazio da grandeza, nos perdemos tentando entender qual o nível mínimo de luminosidade de um ambiente escuro."
"O estudo de física imputado na relação trivial de um casal composto por membros distintos e imutáveis é imprescindível para se analisar a ambigüidade de dois seres diferentes."
"O suicídio tem a capacidade de ser um comportamento que não se pode repetir. Ao mesmo tempo em que também serve como forma de expressão de alguém que já não vive mais em sociedade."
"A visão geral do processo comunicacional dos sapos depende diretamente do quanto as obras de Picasso atingiram um ápice com Guernica."
21 de junho de 2009
O condenado
Dois caras o acompanharam até a porta. Pensou ter ouvido alguém chamá-lo antes de sair. "Que se dane! Quem eles pensam que são? Será que pensam em alguma coisa? Só sei de mim. Agora sei com certeza. Sei tudo o que vai acontecer comigo. Mas não me assusto. Aceitarei o que aconteceu. Perdoarão-me pelos meus atos."
Ele continuou a dar seus passos, ainda acompanhado pelos homens. Pensou em sair correndo. Desistiu logo. Os homens o acompanharam até um carro preto. Colocaram-no lá dentro e sentaram-se na frente. O veículo saiu da inércia. Os 150 cavalos relinchavam alto. Logo não se veria mais o prédio em que outrora ele estava.
Seguiram dentro do carro por mais de duas horas. As luzes da cidade também ficaram para trás. O destino já estava traçado. Em poucas horas chegaria a sua vez. No banco da frente os homens riam alto e tiravam chacota do passageiro. Em momento algum ele pensou em revidar qualquer uma das ofensas que lhe eram dirigidas. Baixou a cabeça. Baixinho, pediu um cigarro. Ninguém deu a mínima. Resignou-se e não falou mais nada durante todo o trajeto.
No outro lado da cidade, três horas depois, aquele homem traído agora dormia calmamente. Ao seu lado, uma senhorita, 24 anos mais nova. Deitaram e rolaram por longos cinco minutos. Dormiram em seguida. Os pêlos do tornozelo dele grudaram na colcha de chenile.
20 de junho de 2009
Mea culpa
Estou nessa área há pouco tempo. São apenas quatro anos e meio, contando o dia da minha primeira aula no curso de jornalismo, na Unisul. Mas desde esse dia, muitas questões acerca da profissão foram surgindo. Para as principais, acabei me formando sem saber a resposta. Só o que faço é correr atrás delas. Afinal, essa é a minha profissão.
Analisando a prática do jornalismo, percebi que boa parte dos que trabalham na imprensa não têm formação técnica. Dentre esses, a maioria sequer possui curso superior. Eles costumam trabalhar em áreas como diagramação, captura e edição de imagens e áudio e até revisão de textos. Quase todos “aprenderam fazendo”. Na própria faculdade que cursei, a maioria dos profissionais ainda não possuía curso superior completo.
Um deles era o editor de imagens Vitor Gnecco. Com quase 30 anos de experiência em edição de vídeo, ele tinha mais tempo de trabalho com jornalismo que a maioria dos professores do curso (à exceção do professor Laudelino Sardá, que fez matéria com o inventor da roda e do professor Elóy Simões, que fez a campanha publicitária do produto na época). A prática de Vítor remonta o tempo das ilhas de edição linear, onde poucos eram os recursos técnicos e muita era a criatividade para inventar novas linguagens no vídeo.
Quando as ilhas lineares do curso foram aposentadas, Vítor precisou se adaptar de vez às novas tecnologias e se adaptar totalmente aos programas de edição não-linear dos computadores disponíveis na universidade. No momento em que isso aconteceu, muitos de meus colegas reclamavam de editar seus vídeos com ele, pois o consideravam lento e nem sempre ele compreendia os anseios daqueles jovens que vinham com idéias às quais ele ainda não conseguia compreender completamente. A própria necessidade de entender essas linguagens o fez, então, sair da cadeira ao lado do professor de telejornalismo e sentar-se junto aos alunos. Passou a cursar a faculdade também.
Outra experiência que tive foi durante os três meses em que trabalhei de auxiliar de redação no Diário Catarinense. Dentre os serviços menores que incluíam carregar bobonas de 20 litros de água, dois andares rampa acima, até a redação, estavam também ajudar meus colegas de cargo a produzir diariamente duas colunas para o jornal, a de Serviço e o Obituário.
Dentre meus colegas, eu era o mais experiente no sentido de cursar a faculdade por mais tempo. Todos eram estudantes de jornalismo. Eles ainda estavam no segundo ano da faculdade e eu já me encaminhava ao último. Mas um deles já estava há quase um ano como auxiliar no jornal. Eu apenas tinha mais prática para escrever frases elaboradas, ele era mais rápido para levantar as informações, pois aprendera isso na lida diária da redação. Ali, com todas as ressalvas que possam existir ao jornal e à sua direção, conheci pessoas que trabalhavam, sobretudo, com paixão pela profissão. Diagramadores, fotógrafos, repórteres, editores, todos tinham um mesmo objetivo: colocar pelo menos 24 páginas de jornal nas casas e nas bancas do Estado.
Lá, vi que a realidade da faculdade, onde muitos técnicos não eram formados, existia também na prática. Tirando os repórteres e editores, quase todo o suporte editorial era feito por pessoas, teoricamente, não qualificadas. Na diagramação e na fotografia, por exemplo, boa parte dos profissionais possuía apenas o ensino médio completo. E, com um pouquinho de pesquisa sobre isso em outras redações, vi que era assim em todos os lugares.
Eis que um dia, numa das muitas tardes em que ficávamos perto da impressora esperando a próxima página sair para levarmos ao editor e ele liberá-la para o editor-chefe, um jornalista muito experiente, que também não tem formação até onde me consta, Mário Pereira, fez uma indagação. Ele estava comentando sobre a qualidade do nosso jornal, reclamando com a voz rouca e marcante dele e à certa altura perguntou a mim e aos outros dois auxiliares porque fazíamos jornalismo.
Nenhum dos três soube responder. Ficamos quietos, pois não sabíamos claramente a resposta. Então, ele argumentou mais um pouco: “Não entendo porque alguém quer ser jornalista. Nenhum de vocês vai mudar o mundo”. Não sei quanto aos outros, mas vi que aquilo foi feito em tom de provocação conosco. De que diabos adiantaria termos um diploma? O mundo vai parar se todos os jornais simplesmente não circularem amanhã? Duvido muito. Mesmo que haja um baque inicial pela manhã, no fim do dia todos terão comido, defecado, tomado banho, trabalhado. A vida vai continuar com ou sem a gente.
Numa outra situação, certa vez, fui escalado para ajudar numa matéria na rua. Era para fazer uma enquete sobre desemprego. Na volta, estava com o motorista – cujo nome não me recordo e peço desculpas se ele ler isso e lembrar-se de mim - no carro divagando sobre as agruras da profissão. Aí ele falou sobre como as torcidas dos times da Capital agiam quando suas equipes perdiam. “Muitas vezes eles saem nos xingando, batendo no carro. Acham que a gente, da imprensa, tem culpa porque os times deles são ruins”, reclamou.
“A gente da imprensa”. Essa expressão dita pelo motorista me fez questionar quem realmente é da imprensa ou não. Quem é jornalista e quem não é. Como observei anteriormente, boa parte dos profissionais realmente não têm qualquer formação. Nem em Comunicação Social, nem nada. Na maior parte dos casos, eles possuem o ensino médio completo apenas por mera exigência das empresas, para manterem um convívio mínimo entre os funcionários.
Saí daquele carro e voltei para a redação me perguntando o que é ser um jornalista? Seria a autoria do texto de uma matéria ou o conteúdo completo, partindo desde a concepção da pauta até a fotografia, diagramação ou edição de áudio e vídeo?
Desde então venho pensando na frase do motorista. Se eu estivesse numa cobertura com ele, isso acontecesse com o carro da empresa e, por ventura, eu não estivesse ainda dentro do veículo, sem dúvida eu utilizaria o relato do motorista como parte de minha matéria contando o comportamento da torcida. Logo, ele seria um co-autor dessa parte, pois o relato seria dele, que estava na equipe comigo.
O mesmo pensamento serve para os outros técnicos. A fotografia que fosse produzida por alguém não formado seria parte integrante do conjunto da matéria. O diagramador poderia ter a idéia de usar uma cor vermelha na letra do título para simbolizar a violência dos torcedores. Sem contar que ele é o responsável por definir o tamanho que o texto pode ocupar na página, visto que se o editor quiser enfiar 20 matérias naquele espaço, ainda dando destaque para essa, isso seria praticamente impossível.
Se fosse uma matéria em vídeo, o câmera seria o responsável por pensar na maioria dos planos de corte, controlar a iluminação das cenas e, na maior parte do tempo dirigiria sozinho o vídeo, visto que o repórter precisa se preocupar em observar o jogo, ver e anotar detalhes, chamar os jogadores e técnicos para darem entrevista. Na ilha de edição, uma imagem poderia não entrar ou aparecer em um tempo menor que a decupagem do jornalista editor de vídeo. O técnico poderia avaliar e também sugerir outras formas de edição, alternativas de efeitos na imagem. Ninguém o proíbe de fazer isso e quem o faz é estúpido. Haja vista que esse pequeno detalhe visto pelo técnico pode acabar fazendo toda a diferença no material final.
Isso não transforma também esses profissionais em autores? Na minha opinião, a partir do momento em que eles têm o poder de mexer numa linha ou num frame que seja do trabalho do repórter, eu considero que sim. Mas se são autores, porque eles não podem ser chamados de jornalistas? Não pode ser apenas o diploma que vá limitar isso a eles. Todos são partes integrantes de um conteúdo maior que é o produto que chega às nossas casas diariamente, seja pelo papel, pela internet ou pelas ondas da TV e do rádio.
Sendo assim, para ajudar esses profissionais, a decisão do STF veio em boa hora. Mas o problema é que a discussão real sobre a regulamentação não é apenas se devermos exigir o diploma ou não. O verdadeiro debate deve estar nos limites do que é ou não uma atividade jornalística. Portanto, a culpa dessa decisão está em nós, que sequer conseguimos definir isso ainda. Nós estamos defendendo apenas nossos cargos, com medo de perdermos o emprego para gente “desqualificada”. Mas fora do nosso mundinho acadêmico, há muito mais gente que escreve infinitamente melhor do que a maioria de nós.
Todavia, como para todas as profissões, também sou a favor da manutenção do diploma não apenas pelo fato de ter conseguido o meu recentemente e querer usá-lo para “exigir” minha vaga de jornalista. Mas também por acreditar no fato de que um profissional bem preparado pode dar novos rumos à sua profissão, pode criar novos parâmetros e paradigmas. E essa preparação pode e deve começar na faculdade de jornalismo. Sem contar que numa faculdade aprendemos, além da técnica, princípios éticos e noções de outras ciências sociais que permeiam o exercício do jornalismo. Não é à toa vermos tantos relatos de jornalistas não formados, como Moacir Pereira e Alberto Dines, defendendo a manutenção do diploma.
Mas o canudo não é tudo. É preciso ir além disso para ser um jornalista. Aliás, se só isso garantisse o bom jornalismo, deveríamos esquecer as lições dadas por quase todos os teóricos e dos grandes nomes da profissão que veneramos na academia, visto que poucos deles são formados em jornalismo. A maior parte vem da área de Letras, Filosofia, Sociologia e História, não do jornalismo acadêmico. Por isso também, ainda tenho essa dúvida quanto ao limite de nossas atividades. Porém, ampliar nosso olhar e entender que não estamos sozinhos nessa luta diária pela notícia de amanhã, pode ser um primeiro passo para podermos legalizar novamente nossa situação.
Acredito que para lutarmos ainda pela obrigação do diploma para se fazer jornalismo, precisamos primeiro estabelecer limites claros em nossa profissão. Por exemplo, se o operador de câmera recebe um registro de repórter cinematográfico, ele tem que cursar a faculdade também. Ou não. Mas isso nós só poderemos decidir em grandes assembléias com todos os profissionais se unindo definitivamente em torno do debate. Só assim, a luta valerá à pena. Caso contrário, que fique como está, pois nossa classe nunca foi unida mesmo. Basta lembrar de uma das primeiras lições de jornalismo: “se uma redação entrar em greve hoje, de algum jeito o jornal de amanhã estará nas bancas, pois alguém o fará”.
19 de junho de 2009
O fim das ciências sociais
Mas o que são os tais “conhecimentos técnicos e científicos”? Ninguém sabe ao certo. Só o que se sabe é que, durante a leitura do voto, o ministro defendeu a manutenção de registro para engenheiros, juristas e médicos, visto que suas profissões afetam diretamente a vida das pessoas. Mas se pensarmos com cautela nisso, qualquer pedreiro experiente, ainda que analfabeto, consegue construir uma casa sem a necessidade de um projeto estrutural. E, incrivelmente, obras que eles fazem não caem por cima das pessoas, como aconteceu no caso dos prédios feitos pela construtora do ex-deputado Sérgio Naya.
Da mesma forma, boa parte dos hipocondríacos seria capaz de prescrever uma receita médica para si e para outros. Os mais afetados por essa doença costumam ler todo o tipo de bibliografia médica, de simpatias a livros técnicos, apenas para descobrirem uma nova doença em si. E o que dizer dos açougueiros? Não acredito que seja tarefa fácil e que não requeira técnica para se descarnar uma perna de um bovino em pedaços sempre com o mesmo formato. Muitos deles talvez tenham mais experiência em cortar carne do que a maioria dos cirurgiões, visto que os primeiros fazem isso diversas vezes por dia, enquanto os últimos operam dois ou três pacientes durante o mesmo período.
Para os advogados, então, imagino que não deva ser difícil ler códigos, interpretar leis e argumentar suas petições em cima delas. Qualquer estudante faz isso nos seus trabalhos acadêmicos. A única diferença é o conteúdo abordado.
Se pensarmos nas Ciências Sociais, não precisariam existir cientistas políticos, economistas ou sociólogos. Com um pouco de leitura e boa vontade, todos poderiam exercer funções nessas áreas e serem, muitas vezes, melhores do que detentores de diplomas específicos. Não é possível entender porque motivo ainda se exige diplomas em concursos públicos para atuar nisso.
Claro, isso foi apenas mera divagação. É óbvio que cada uma dessas profissões precisa de conhecimentos que vão muito além da prática. Mas a discussão aberta pelo STF é uma que permeia a academia desde sempre: o que é ou não é ciência? Além de defender algumas das profissões supracitadas, o magistrado comparou o jornalismo a profissões de cunho intelectual, que não necessitam de conhecimentos científicos para serem produzidos. Dentre elas, estão as atividades de músico, escritor e ator.
Vamos destrinchar apenas um pouco cada uma das atividades.
Um bom músico (considero aqui apenas critérios técnicos, não criativos) realmente não necessita sequer ler partituras. Jimi Hendrix não sabia fazê-lo e dizia que imaginava cores ao compor suas melodias. Todavia, a física está absurdamente presente nesta atividade. Ciência reconhecida como tal e presente nas mais diversas áreas do conhecimento, ela é a base para os estudos que fazem com que um fio de aço ressoe dentro de uma caixa de madeira e produza som. Em todas as faculdades de música, esses princípios são estudados e conhecidos pelos acadêmicos. Mesmo quem não freqüente um curso superior na área, mas vá a qualquer escola de música aprender a tocar, também terá noções sobre esses princípios.
Indo mais além nesse caso, há ainda a musicologia, que estuda a interação dos sons com o corpo humano. De acordo com a teoria das ondas, todas as partículas são formadas por vibrações em freqüências específicas e ritmadas. Por esse motivo, utiliza-se a música para provocar reações físicas nos corpos. Estudos já mostraram, por exemplo, que o uso de música clássica pode aumentar a produção de leite de vacas.
No caso dos escritores, não acredito ser totalmente possível escrever uma história, seja ela qual for, sem nenhum tipo de pesquisa. Independente do tema, todos costumam usar situações que vivenciaram ou então se aprofundaram durante horas de leitura sobre o assunto. Caso contrário, como passar adiante idéias e conceitos através da literatura? Sem contar que é necessário saber, no mínimo, formar frases para se tornar um escritor.
Já com as artes cênicas, infelizmente, vemos que a maior parte dos “atores” que aparecem na grande mídia, nos dias atuais, surgiram da exposição em reality shows, ou simplesmente pela beleza física. Mas isso não é de praxe no teatro. Boa parte dos artistas cursa oficinas durante anos e outros muitos também passam pela faculdade para aumentarem seus conhecimentos na área. Vale lembrar que esses atores que só possuem apena um bom aspecto físico e não pelo intelecto acabam se tornando personagens caricatos de si em programas de humor como o Pânico ou o CQC.
Outra comparação completamente estapafúrdia foi com a profissão de cozinheiro. Sim, um bom cozinheiro não necessita de diploma ou mesmo de registro profissional. Mas o magistrado esqueceu que a legislação específica dessa profissão exige que todos os que trabalham na área de alimentação passem por um curso de manipulação de alimentos, o qual é aplicado por membros da vigilância sanitária, gastrônomos formados na faculdade ou nutricionistas.
Por menores que sejam, todas as profissões necessitam de conhecimentos que extrapolam a simples atividade intelectual ou prática. Profissionalizar os setores é garantir que se abram as portas do conhecimento para todos. Acabar com isso significa retroceder e limitar o acesso das pessoas a um mundo muito mais amplo que o do empirismo, o das idéias.
E, para constar, apenas uma lembrança aos magistrados: todos os jornalistas formados realizaram pesquisas de conclusão de curso utilizando métodos científicos de análise. O fato de termos sido aprovados pelas faculdades não nos torna cientistas também? Algum deles pode responder o que ainda falta?
17 de junho de 2009
15 de junho de 2009
10 de junho de 2009
Queremos presentes
Mas ainda não queremos que nossos leitores dêem uma Ferrari ou um jatinho para cada um de nós. Claro, se estiverem dispostos, aceitaremos com muito carinho. Contudo, sabemos que não há muitos leitores aqui com tanto poder aquisitivo. Sendo assim, vamos pedir pouco para todos. Neste e nos meses vindouros, não esqueçam de dar uma olhadinha no blog e deixem um comentário bonitinho pra gente. E, se puderem, divulguem a bagacinha para todo mundo. Mais leitores são sempre bem-vindos.
Então, não esqueçam de nós. E identifiquem-se nos comentários, de verdade, para que os leitoras(os) antigas(os) não fiquem com ciúmes dos novas(os). Vocês sempre serão as(os) preferidas(os).
;)
8 de junho de 2009
7 de junho de 2009
Enquanto a rodada não acaba...
Independente do resultado, ele mantém a promessa de um post. Vamos aguardar...
3 de junho de 2009
O casal
Ela era uma morena de 1,80m, cabelos negros como o breu de uma noite nublada. Suas pernas pareciam moldadas pelas mãos de um escultor grego. Os olhos verdes se ressaltavam com o reflexo do extenso gramado naquele parque. A pele clara, macia, mesmo à distância, dava para sentir o toque dela. Quando ela se mexia, o ar deslocado ia ao encontro de todos no parque. Sua presença já era o suficiente para atrair a atenção de homens, mulheres, crianças e animais. Todos parariam para observá-la, independente da companhia.
No entanto, ela estava acompanhada deste senhor grisalho, com cerca de 1,70m. Ele já possuía um abdômen saliente, devido à idade. Seus traços mostravam cerca de 50 anos de idade. E não mentiam. Sua carteira de identidade comprovava o tempo vivido por ele.
Os dois trocavam carícias como dois adolescentes do interior. Não havia vulgaridade entre os dois, apenas gestos de toque e prazer que os jovens de hoje nem imaginam que existam. Namoravam muito, sentiam os corpos um do outro, beijavam pouco, mas com qualidade.
Em nenhum momento, houve um comentário bom acerca dos dois. Todos foram grosseiros e preconceituosos com seus olhares e comentários em volume baixo. Ninguém acreditou que pudesse haver sentimento ali. Numa van com vidros escurecidos, no outro lado do parque, havia uma câmera e um microfone que captava todas as reações das pessoas que observavam o casal. De certa maneira, todos que duvidavam da união estavam certos. O amor de verdade não existe mais.