16 de novembro de 2006

Jornalista pode se arriscar às vezes na tentativa de se fazer poeta?

Pode.

Afinal, o que mais é essencial a um profissional do jornalismo se não a habilidade [que no meu conceito defino como uma arte] de lidar com a palavra? É como escolher as cores de um quadro: pincelar sílabas à melhor maneira em um papel em branco. E eu digo que me arrisco! Não que eu seja passível de me comparar a Cecília Meirelles, por exemplo, jornalista e poetiza. Mas vez ou outra tento transmitir para a folha nada mais do que eu sinto. Esse sentir é a inspiração, seja de algo bom, seja de algo mau. Costumo publicar algumas dessas minhas viagens trazidas pelo meu singelo eu no meu fotolog, a fim de que ele não seja só uma exposição banal de sorrisos ou um diário da minha vida com que muita gente não tem a ver.
Já que o blog necessita de uma tão implorada movimentação, vi-me no direito de publicar um desses textos que recebeu alguns elogios. Sem esquecer-se, claro, de que esse espaço é para divulgar, inclusive, trabalhos realizados para a sala de aula. A composição que segue abaixo tem uma fotografia produzida em uma das saídas fotográficas da nossa turma [mais especificamente a saída com câmeras digitais que, confesso, não são minha preferência!]. Estou confiando no que me foi dito nos comentários do fotolog e aí vai:






Inspirar-se é feito o ato biológico.

É puxar o ar de si. Bem fundo: da foto, da bola de sorvete do fim de tarde em dia de veraneio, do sorriso desconhecido presenteado pela paquerinha à toa no ponto de ônibus, do amor da vida, do amor do dia, do amor da hora. Suspiro.
Sentir que aquele algo-de-dentro quer a todo custo sair em forma de palavra, de riso, de trocadilho; é inspirar-se.

[Ins]Pirar-se.

O giro em torno de si em cima do tapete da sala que faz o desenho bordado borrar. Gira. Gira. Gira. Cada vez mais rápido, embora de longe se veja lento. Pé-ante-pé que vez ou outra se esbarra. Quase cai; mas gira. Ainda gira e gira. Pára na tontura. Por ora parado, tudo em torno gira. Mudam as perspectivas. Não vê que tudo é relativo?




É o externalizar de quem se inspira!

Arielli Guedes Secco / CJM - 4o Semestre

Um comentário:

Jully Fernandes disse...

Ahh como é modesta!
Sou a favor de brincar de fazer poesia, além de Jornalismo. Gosto do que tu escreves, já te falei isso! Me dá um autógrafo? hahahahahahahhahahahahahha

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