7 de novembro de 2006


Filmes Catarinenses



Para os amantes do cinema alternativo pode-se dizer que só faltou a pipoca. Já para aqueles que foram ao evento apenas por ser gratuito, o que faltou foi educação em alguns momentos. A 8ª edição da mostra de vídeos catarinenses (Catavídeo) acabou neste domingo. Ao todo, foram 120 produções exibidas durante a última semana, além de oficinas e palestras com várias pessoas ligadas à produção de vídeos.

Em uma das melhores salas de cinema (e também uma das mais desconhecidas) da capital, dentro do prédio da Justiça Federal, os visitantes tiveram acesso aos mais variados tipos de filmes. De comédias hilárias, a documentários emocionantes, passando por alguns filmes experimentais e outros um tanto bizarros, as pessoas puderam se identificar com as mais variadas formas de expressão audiovisual. A maioria dos vídeos apresentados era de alunos de cursos de comunicação do Estado. Na mostra não havia pré-seleção dos filmes, portanto, todos os que se inscreveram tiveram suas produções exibidas ao longo da semana. Uma das curadoras do evento, Patrícia Lopes, diz que a idéia de não haver uma pré-seleção dos filmes ajuda a “suprir a demanda de distribuição dos vários filmes produzidos no Estado”.

Adriano Petrycoski de 32 anos disse assistiu à mostra na sexta e no sábado. Para ele a mostra é extremamente importante para o audiovisual catarinense pois leva à tela um tipo de filme mais “suburbano, underground.” Ele lembra que no FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul) os filmes todos passam por uma banca julgadora e por isso, muitos que, eventualmente, mereceriam estar na mostra, não aparecem por causa dos critérios de julgamento, algo que não acontece no Catavídeo.

Com relação ao público, Patrícia diz que não houve uma grande procura pelo festival, (que teve uma média de 50 pessoas por noite) sendo que o dia em com mais pessoas para assistir aos filmes foi no sábado. A própria escolha da sala da Justiça Federal ocorreu porque em anos anteriores, a sala do Museu da Imagem e do Som, no CIC não comportava todas as pessoas que iam à mostra. Segundo ela, o auditório da Justiça Federal tem lugar para quase 300 pessoas, mas como o número de visitantes se manteve, a sensação de que não havia quase ninguém na mostra se acentuou. Nem a maior cobertura da mídia sobre o evento deste ano ajudou para que o cinema lotasse. Aliás, pelo que se pôde observar, só ajudou para levar pessoas que durante as sessões levantavam, conversavam, iam embora durante os vídeos e não se importavam com os que gostariam de ver os filmes.

Uma novidade este ano foi, que percebendo uma grande quantidade de vídeos da região de Florianópolis, a organização do evento buscou parcerias com várias empresas do Estado para levar oficinas de produção audiovisual para o interior. Ao todo, 10 cidades tiveram estas oficinas, possibilitando assim, que as produções do interior alcançassem 20% do que foi exibido. Um recorde segundo a organização. Os filmes produzidos nestas oficinas foram exibidos ao público, sempre antes da sessão principal da noite.

Após a exibição dos filmes, o público, assim nas edições anteriores, pôde dar o retorno aos produtores dos vídeos escolhendo aquele gostou. Neste ano, os mais votados foram:

• Dia 29/10
CHAPÉU - UM FILME DE CHAPEUZINHOS
Dir. Marilia Gervasi Olska - Ficção - Florianópolis / SC - 8'
• Dia 30/10
O FIM DA LINHA
Dir. Felipe G. Botelho - Ficção - Florianópolis / SC - 20'
• Dia 31/10
TINO SUTIL
Dir. Danilo Seemann - Ficção - Florianópolis / SC - 6'10''
• Dia 01/11
CONTO DE NORTEVILLE
Dir. Uriel Pereira - Ficção - Florianópolis / SC - 13'35''
• Dia 02/11
LEONOR GUEDES - MEMÓRIAS EM ORBITA
Dir. Fabíola Beck - Doc. - Florianópolis / SC - 10'
• Dia 03/11
APROVEITEM O MAR
Dir. Christian Abes - Ficção - Florianópolis / SC - 9'
• Dia 04/11
O CAMINHO DA VIDA
Dir. Grupo Senac - ( I Turma 2006) - Ficção - Florianópolis / SC - 8'40''
• Dia 05/11
ONDE DEUS SE ESCONDE
Dir. Sandro Ferreira - Ficção - Florianópolis / SC - 23'54''


Leia mais sobre as outras edições do Catavídeo: www.catavideo.alquimida.org

Um comentário:

Pedro disse...

bobiei...não fui.

Na verdade, não tive mesmo como ir...apesar da muita vontade.



50 pessoas por noite é triste. Culpa do "Bléqui Aiedi Pís"!

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