Jornalismo é uma droga
Fazer jornalismo é ter, de certa maneira, o mundo nas mãos. Vendemos toda a noção de verdade que faz as pessoas acreditarem que o mundo existe e que muda constantemente. Não é a toa que a cada semana, os jornais trazem nas suas páginas um novo tema que será discutido até, pelo menos domingo. O fato, muitas vezes se sobrepõe aos seus personagens para que possa ser atualizado constantemente, até, que de uma hora para a outra, simplesmente se esquece do assunto e “vira-se a página”.
Considero, portanto, que devido a esse poder o jornalismo é uma droga. Uma droga que vicia quem trabalha com isso. O que diferencia aqueles que seguem os princípios éticos da profissão, daqueles que não o fazem, é exatamente como cada um se torna “dependente” desta profissão.
Existem várias maneiras de se tornar um viciado na prática jornalística. A primeira e mais comum (infelizmente), é o vício pelo “poder” da mídia. Muitos já entram na escola de jornalismo, considerando que a partir disso estão entrando em um seleto grupo de pessoas. É certo que em vários momentos, nós tenhamos acesso a várias coisas que a maioria das outras pessoas jamais terá. Além disso, como já disse, o poder de dar ao mundo o que ele “precisa” ouvir é extremamente tentador. Justificam-se neste último caso, as lutas dos principais donos da mídia para manterem seus oligopólios de comunicação.
Fazemos diariamente as pessoas crerem que apenas um determinado número de fatos são relevantes e que todos os outros não passam de meros acontecimentos do cotidiano. Entra aí a ética profissional dos que trabalham com a mídia. Jornalistas e publicitários precisam entender o seu papel na sociedade para que não sejam reféns dos donos da mídia e de suas ambições. E qual é esse papel? Na verdade, temos todos responsabilidade direta com a vida das pessoas. Tanto na vida daqueles que fazem parte da notícia, quanto dos que vão recebê-la. No caso dos publicitários, não basta apenas vender conceitos e produtos, mas sim vender aqueles que de uma forma ou de outra podem contribuir para o crescimento da sociedade.
Para distinguir cada tipo de informação e perceber que se ela é importante ou não para a vida
das pessoas, é necessário adquirir o máximo de conhecimento de todas as ciências sociais. Ainda que isto não garanta efetivamente que o compromisso social dos comunicadores será sempre alcançado, ao menos faz com que cada um dos que trabalham nesta área. Gabriel García Márquez lembra que “toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro”.
Apenas assim, é possível fazer parte, realmente, de um seleto grupo de pessoas. O de pessoas que fazem do Jornalismo e da Comunicação Social, um instrumento de revolução social. Pois são poucos ainda aqueles que pensam desta forma. Portanto, de acordo com as novas tecnologias de informação, que fazem com que qualquer um possa virar um noticiador dos fatos, só aqueles que puderem ter discernimento do que estão produzindo e para quem estão produzindo, terão possibilidade de manter-se no mercado.
Três repórteres, um blog e poucas postagens... =D
Um comentário:
Achei umas partes do texto um pouco contraditórias...ou não entendi ao certo a mensagem que você queria passar [a semiótica da coisa! hahaha]...
Parece que você coloca o vício na prática jornalística como algo ruim. E nem é! O vício da ambição, do sucesso, da ganância...aí sim, são coisas diferentes e estão aquém do jornalismo...quem insiste nisso tá na área errada. Mas o de fato vício na prática jornalística é a paixão, a ânsia pela informação...é o que move as redações, o que move a gente que curte essa doideira toda! Com um pouco de cafeína também, claro! :D
são 00h:44...
qualquer insanidade no comentário [ou ele como um todo] tem direito a explicações!
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