29 de novembro de 2006

Pedacinho de paraíso

Sem água, sem luz, e com os pés diretamente na areia úmida. É assim que há quatorze anos o pescador e comerciante Evori Alves, 52, recepciona seus clientes em seu bar, numa das praias mais belas do Brasil, a Guarda do Embaú.

Localizada na cidade de Palhoça50 km da capital catarinense, a praia da Guarda do Embaú é com certeza um dos lugares mais exóticos e sedutores da costa de Santa Catarina. Não há como visitar a praia e não se apaixonar pela beleza que os olhos podem ver. As ondas que batem estrategicamente na montanha de pedras causam fascínio aos olhos de moradores e turistas. “É realmente uma das coisas mais bonitas que eu já vi, não tem como ir embora daqui sem ficar com saudades.”, conta Érico Monteiro, empresário paulista de 30 anos.


E o bar do Evori, está lá, emprestando todo o charme para a paisagem da pequena vila de pescadores. É a própria família que cuida do bar e prepara ano após ano os quitutes que são apreciados por turistas de todos os lugares. Até artistas de fama nacional já puderam experimentar as delícias preparadas.

O rancho que abriga hoje o bar, antes era depósito dos barcos, e por algum tempo permaneceu abandonado. Evori via a necessidade de existir ali um local para que os surfistas e hippies, os primeiros a descobrir o pequeno vilarejo, pudessem comer e beber durante as tardes de verão, ele então vendo o rancho abandonado, teve a idéia do bar. “A família toda disse ‘tas’ doido cara, não vai dar, não tem luz, não tem água, mas eu sabia que ia dar certo”, conta Evori, relembrando o tempo em que o bar ainda era um sonho.

E toda sua simplicidade de pescador Evori traz nas mãos as marcas de uma vida inteira no mar, e hoje comemora, o bar é recheado de recordações, tão gostosas de ser apreciadas quanto os pastéis de camarão que sua esposa prepara há anos. São inúmeras fotos de todo o tipo de gente, desde famosos como Rodrigo Santoro e Gabriel Pensador, até dos pescadores, pessoas simples que viram o bar crescer e se estabelecer na região. Fotos estas que ornamentam as paredes de madeira improvisadas do local, um toque que faz o visitante se familiarizar ainda mais.


Mesmo sem ter energia elétrica nem água encanada, Evori aproveita o famoso “jeitinho brasileiro” para garantir aos visitantes aquela cerveja geladinha. Pensando nisso o ele criou um sistema de baterias, que mantém um refrigerador ligado o dia inteiro conseguindo assim satisfazer a vontade de seus clientes. Os alimentos também, Evori faz questão de trazer todos os dias de barco atravessando o rio da Madre que dá acesso à praia. “Venho já de manhã cedinho com o barco, trago as massas dos pastéis, e também vou pescar e limpar os peixes, camarões e siris”, conta.

Evori só se preocupa com uma coisa: ele deseja manter esse paraíso por muito tempo ainda, e para isso ele e a família recolhem todos os finais de tarde o lixo deixado pelos turistas. “O que a gente vê que não é do quadro a gente tira. Por que pra nós essa maravilha toda aqui, é um quadro.”, explica Evori, com toda sua simplicidade e consciência ambiental.

21 de novembro de 2006

Jornalismo é uma droga



Fazer jornalismo é ter, de certa maneira, o mundo nas mãos. Vendemos toda a noção de verdade que faz as pessoas acreditarem que o mundo existe e que muda constantemente. Não é a toa que a cada semana, os jornais trazem nas suas páginas um novo tema que será discutido até, pelo menos domingo. O fato, muitas vezes se sobrepõe aos seus personagens para que possa ser atualizado constantemente, até, que de uma hora para a outra, simplesmente se esquece do assunto e “vira-se a página”.

Considero, portanto, que devido a esse poder o jornalismo é uma droga. Uma droga que vicia quem trabalha com isso. O que diferencia aqueles que seguem os princípios éticos da profissão, daqueles que não o fazem, é exatamente como cada um se torna “dependente” desta profissão.

Existem várias maneiras de se tornar um viciado na prática jornalística. A primeira e mais comum (infelizmente), é o vício pelo “poder” da mídia. Muitos já entram na escola de jornalismo, considerando que a partir disso estão entrando em um seleto grupo de pessoas. É certo que em vários momentos, nós tenhamos acesso a várias coisas que a maioria das outras pessoas jamais terá. Além disso, como já disse, o poder de dar ao mundo o que ele “precisa” ouvir é extremamente tentador. Justificam-se neste último caso, as lutas dos principais donos da mídia para manterem seus oligopólios de comunicação.

Fazemos diariamente as pessoas crerem que apenas um determinado número de fatos são relevantes e que todos os outros não passam de meros acontecimentos do cotidiano. Entra aí a ética profissional dos que trabalham com a mídia. Jornalistas e publicitários precisam entender o seu papel na sociedade para que não sejam reféns dos donos da mídia e de suas ambições. E qual é esse papel? Na verdade, temos todos responsabilidade direta com a vida das pessoas. Tanto na vida daqueles que fazem parte da notícia, quanto dos que vão recebê-la. No caso dos publicitários, não basta apenas vender conceitos e produtos, mas sim vender aqueles que de uma forma ou de outra podem contribuir para o crescimento da sociedade.

Para distinguir cada tipo de informação e perceber que se ela é importante ou não para a vida
das pessoas, é necessário adquirir o máximo de conhecimento de todas as ciências sociais. Ainda que isto não garanta efetivamente que o compromisso social dos comunicadores será sempre alcançado, ao menos faz com que cada um dos que trabalham nesta área. Gabriel García Márquez lembra que “toda a formação deve se sustentar em três vigas mestras: a prioridade das aptidões e das vocações, a certeza de que a investigação não é uma especialidade dentro da profissão, mas que todo jornalismo deve ser investigativo por definição, e a consciência de que a ética não é uma condição ocasional, e sim que deve acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro”.

Apenas assim, é possível fazer parte, realmente, de um seleto grupo de pessoas. O de pessoas que fazem do Jornalismo e da Comunicação Social, um instrumento de revolução social. Pois são poucos ainda aqueles que pensam desta forma. Portanto, de acordo com as novas tecnologias de informação, que fazem com que qualquer um possa virar um noticiador dos fatos, só aqueles que puderem ter discernimento do que estão produzindo e para quem estão produzindo, terão possibilidade de manter-se no mercado.

20 de novembro de 2006

Sem dúvida valeu cada centavo gasto no ingresso.Quem viu,viu.Quem não viu terá que esperar até ano que vem,e provavelmente por um novo show.Sádado à noite o Los Hemanos fez uma das últimas apresentações da turnê "4", no salão do Lagoa Iate Clube,em Florianópolis.
A casa abria às 21h, e quem chegou cedo pode conferir os shows da Z? e Samambaia Sound Club.O mau tempo não fez com que o público deixasse de comparecer ao local.Por volta de 0h40,após uma apresentação sem graça do patrocinador do evento os Hermanos subiam ao palco.Em alguns momentos apenas os quatro integrantes da banda ficam em cena, Bruno Medina (teclados),Rodrigo Barba (bateria),Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante (voz,revezando guitarras e baixo).Noutros contam com o apoio de Gabriel Bubu (baixo/guitarra) e o naipe de metais composto por Índio,Bubu e Mauro (sax,trompete e trombone,respectivamente).
Já na segunda música tocam "O Vento",mais famosa do último álbum.Em "O Vencedor" as caixas de som são abafadas pela voz da platéia,que acompanha cada verso.O repertório foi bem escolhido,misturando canções dos quatro discos.Pode-se dizer que,talvez à exceção de "Primavera",nenhum sucesso ficou de fora."Anna Júlia","Último Romance","Sentimental",não houve uma que não fosse cantarolada junto.Entre as não tão conhecidas do grande público estavam "De Onde Vem a Calma" e "Deixa o Verão",entre outras.A volta para o bis foi generosa,e nela relembraram "Azedume".Muito pedida,"A Flor" encerrou o espetáculo,ali pelas 2h.Sem dúvida um show completo.
Cinco estrelas para o Los Hermanos.

17 de novembro de 2006

A semana segue agitada em Floripa.Após O Rappa apresentar seu show acústico no feriado da última quarta feira,amanhã é a vez do Los Hemanos aterrisar na ilha.Depois de um ano de espera os fãs poderão curtir o som dos cariocas amanhã,no salão do Lic.O espetáculo começa às 21h,com abertura das bandas locais Z? e Samambaia Sound Club.A atração principal sobe ao palco 0h30.

O repertório da apresentação é baseado principalmente nos dois últimos álbuns,4 (2005) e Ventura (2003).Daquele sairam os sucessos "O Vento" e "Morena",deste "O Vencedor" e "Cara Estranho".Todavia,hits do Bloco do Eu Sozinho (2001) como "Todo Carnaval Tem Seu Fim" e "Sentimental",entre outras,não ficam de fora.O álbum de estréia da banda,Los Hermanos,de 1999,normalmente não tem músicas incluídas,o que não significa que eles não possam relembrar o megasucesso "Anna Júlia" ou outra canção.

Os ingressos antecipados estão a venda nas lojas da Claro,nos Shoppings Beira Mar e Itaguaçu,lagoa,trindade e centro.Custam R$ 40 (inteira),R$ 30 (clientes claro) e R$ 20 (meia).Na hora o preço é R$ 50.

16 de novembro de 2006

Jornalista pode se arriscar às vezes na tentativa de se fazer poeta?

Pode.

Afinal, o que mais é essencial a um profissional do jornalismo se não a habilidade [que no meu conceito defino como uma arte] de lidar com a palavra? É como escolher as cores de um quadro: pincelar sílabas à melhor maneira em um papel em branco. E eu digo que me arrisco! Não que eu seja passível de me comparar a Cecília Meirelles, por exemplo, jornalista e poetiza. Mas vez ou outra tento transmitir para a folha nada mais do que eu sinto. Esse sentir é a inspiração, seja de algo bom, seja de algo mau. Costumo publicar algumas dessas minhas viagens trazidas pelo meu singelo eu no meu fotolog, a fim de que ele não seja só uma exposição banal de sorrisos ou um diário da minha vida com que muita gente não tem a ver.
Já que o blog necessita de uma tão implorada movimentação, vi-me no direito de publicar um desses textos que recebeu alguns elogios. Sem esquecer-se, claro, de que esse espaço é para divulgar, inclusive, trabalhos realizados para a sala de aula. A composição que segue abaixo tem uma fotografia produzida em uma das saídas fotográficas da nossa turma [mais especificamente a saída com câmeras digitais que, confesso, não são minha preferência!]. Estou confiando no que me foi dito nos comentários do fotolog e aí vai:






Inspirar-se é feito o ato biológico.

É puxar o ar de si. Bem fundo: da foto, da bola de sorvete do fim de tarde em dia de veraneio, do sorriso desconhecido presenteado pela paquerinha à toa no ponto de ônibus, do amor da vida, do amor do dia, do amor da hora. Suspiro.
Sentir que aquele algo-de-dentro quer a todo custo sair em forma de palavra, de riso, de trocadilho; é inspirar-se.

[Ins]Pirar-se.

O giro em torno de si em cima do tapete da sala que faz o desenho bordado borrar. Gira. Gira. Gira. Cada vez mais rápido, embora de longe se veja lento. Pé-ante-pé que vez ou outra se esbarra. Quase cai; mas gira. Ainda gira e gira. Pára na tontura. Por ora parado, tudo em torno gira. Mudam as perspectivas. Não vê que tudo é relativo?




É o externalizar de quem se inspira!

Arielli Guedes Secco / CJM - 4o Semestre

14 de novembro de 2006

Saudade

Eu gosto da palavra saudade. Segundo o dicionário Priberam, saudade é a lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir.
Muitos autores já tentaram definir o verbete, e também gosto de algumas definições. Há quem diga que “saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue”. Entretanto, apesar de achar uma tremenda pretensão querer explicar sentimento, humildemente criei minha própria explicação.
Saudade é a lembrança dolorosamente prazerosa de um pedaço da gente que morreu, mesmo que ainda estejamos vivos. É a vontade de dar replay no filme da vida, para ficar repetindo sempre a mesma cena.
Saudade é aquela dor que dá no peito às dez da manhã ou às onze da noite, assim que sentimos um cheiro ou escutamos uma música. E algumas vezes, essa dor até nos faz sorrir. É a necessidade de reviver uma coisa que, no fundo, a gente sabe que não existe mais.
Saudade é um vazio, um buraco na alma, provocado pela ausência de quem se fez fundamental, e que nenhuma outra pessoa consegue cobrir. Saudade é a decepção que a agente sente quando acorda de um sonho e percebe que foi só um sonho.
O grupo musical Biquini Cavadão disse que “a saudade acorda a beleza que faz sofrer”. O Chico Buarque disse que “a saudade mata a gente”. Concordo com ambos. Saudade nos consome aos poucos: é um monstro com o qual precisamos conviver. Porque, de repente a gente percebe que, no fim, saudade foi tudo o quê restou…

13 de novembro de 2006










Ilustrações Cariocas

12 de novembro de 2006

Ontem foram eles. Amanhã, quiçá, sejamos nós!
Auto-crítica ao texto: ele pode ter parecido tendencioso, embora não tenha sido a intenção. Eu deveria ter falado com pessoas que receberam o prêmio e que não são muito conhecidas. É que realmente lá foi difícil, por dois motivos: primeiro, pelo rotineiro nervosismo que já me é de praxe [mais ainda quando, na função de estudante de jornalismo, entrevista-se jornalistas]; segundo pela muvuca, que tornou impossível a seleção das fontes. Enfim, foi uma oportunidade pra lá de bacana de ter contato com pessoas do nosso meio jornalístico que já têm uma bagagem bem maior do que a nossa.

Um agradecimento ao meu amigo Emilio que me deu [muito] apoio moral lá!




Prêmio Acaert 2006

Jornalistas e estudantes reunidos, Teatro Álvares de Carvalho praticamente lotado e microfones de ouro sobre a mesa à espera pela entrega como símbolo de reconhecimento. Marcada para as sete e meia da noite, a cerimônia do prêmio da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão, que acontece há cinco anos, foi nesse dia 08 de novembro. A edição teve quinhentos e cinqüenta e quatro trabalhos inscritos, realizados por profissionais de emissoras de rádio e televisão, e de agências de publicidade de todo o Estado de Santa Catarina.
Depois de pisar em um tapete vermelho e tomar alguns goles de champagne logo à porta do Teatro, quem presenciasse a cerimônia podia sentar-se à espera do início da celebração que teve atraso de uma hora. “O prêmio ACAERT de Rádio e Televisão, que este ano bateu o recorde de participação, é para nós da radiodifusão catarinense um momento único e marcante”, falou Ranieri Moacir Bertoli, presidente da Associação, em uma parte do breve discurso de abertura. Segundo Ranieri, o júri encarregado pela escolha dos vencedores foi formado por pessoas sem nenhuma relação com a Acaert e especializadas de acordo com a categoria a ser julgada.
O prêmio era dividido em três categorias: Profissionais de rádio e televisão, Peças Publicitárias e Monografia Estudantil. A comissão julgadora foi presidida pelo professor, radialista e publicitário Acácio Luis Costa, responsável pelo lançamento de mais de cem emissoras de rádio no Brasil.
Na categoria Profissionais da Televisão, Mário Motta recebeu o microfone de ouro como o melhor apresentador de telejornal. Antes, demonstrava o nervosismo roendo as unhas. Impaciente, trocou de cadeira três vezes. Ao final da entrega, enquanto saía do teatro tranqüilo e com uma felicidade que transbordava em inúmeros sorrisos, falou:
- Muito embora normalmente os premiados sejam aqueles que aparecem em frente às câmeras, ou cujo a voz está no auto-falante do rádio, ou no texto do jornal, há tanta gente por trás pra que você possa desempenhar seu papel que eu não me permito esquecê-los, especialmente em televisão onde eu não edito o jornal; me cabe apresentar, quer dizer, vivenciar a emoção daquilo que foi trabalhado pelos meus companheiros e companheiras. Então esse prêmio aqui é dividido mesmo!
Ricardo Von Dorff foi o vencedor de melhor repórter, também da categoria Profissionais da Televisão. No momento, Ricardo atua em Santa Catarina, mas já teve matérias veiculadas no Jornal Nacional. Ao final do evento, conversava com colegas na calçada em frente ao Teatro Álvares de Carvalho. Usava óculos de grau discreto, com armação fina, terno bege escuro e cigarro entre os dedos. “Eu fumo demais”, disse, olhando para o chão. Para ele, o problema por que passa o profissional do jornalismo atualmente está na saturação do mercado: “espero que o mercado venha a crescer em todas as áreas, em todas as mídias que fazem o jornalismo e que as pessoas que pensam em ser profissionais dessa área se qualifiquem o mais possível. É um mercado bastante apertado”, disse. Ricardo tem como sua maior conquista a credibilidade, que ele acredita ser o que todo jornalista procura trabalhar:
- “Eu acredito no que essa pessoa ta falando”. Isso não é gratuito! Acho que você só pode ter essa credibilidade ao longo de uma carreira.
Há aqueles que já deram longos passos em sua carreira e há quem ainda está no começo do caminho. Essa flexibilidade do prêmio Acaert, que dispôs de olhos tanto para os mais experientes quanto para os principiantes, permitiu a escolha de Andréia Carol Denardi com a melhor monografia estudantil. Cabelo preso, vestido longo preto e, por ora, a convicção de que tudo tinha dado certo: ela quase não conseguiu inscrever o trabalho a tempo. “O prazo para entregar a inscrição era até as seis horas. Consegui entregar era seis e meia. Foi muito corrido!”, contou. A monografia tem como título “A voz da rádio CBN/Diário no apagão na Ilha de Santa Catarina”, e faz uma análise da cobertura da emissora de rádio realizada durante o acontecimento. “Eu decupei sete CDs de gravação, mais de cinqüenta e cinco horas, com o trabalho de todos os profissionais da RBS, entrevistei a maioria envolvida com a cobertura do apagão. A minha monografia é uma viagem boa à cobertura que a CBN fez durante o apagão!”, explicou. Andréia se formou em 2003, na Unisul, e teve como orientador para o trabalho de pós-graduação o professor Eduardo Meditsch, da UFSC.
Na categoria Peças Publicitárias, as agências de propaganda que se destacaram foram a Neovox, a INCA e a One/WG, todas com três peças finalistas, seguidas pela Shift/Quorum e 9mm Propaganda e Marketing, ambas com duas peças selecionadas. As vencedoras do microfone de ouro foram a Neovox e a Propag. Você pode tomar conhecimento da lista completa dos premiados no link abaixo:
http://www.acaert.com.br/index.php?option=content&task=view&id=547&Itemid=



Arielli Guedes Secco / 4º semestre

9 de novembro de 2006

Já que toda contribuição é pouca, esse blog precisa ser movimentado e os textos que produzimos não precisam necessariamente ter como destino a "gaveta da bagunça", aí vai a matéria escrita pra aula de Redação Jornalística I dessa semana que se esvai. O intuito era produzir um hipertexto. Pena que meu precário entendimento com relação à "ínternéti" seja pouco para linkar de verdade endereços ao longo do texto.





Mudança de Hábito


De segunda à sexta-feira, nos corredores da Universidade do Sul de Santa Catarina, os alunos de naturologia interagem com os demais cursos através da venda de alimentos naturais. A feira é assim: expõem-se de forma improvisada, em mesas retiradas da própria sala de aula, produtos como o mel, o arroz integral e os florais. Os sanduíches de Paula Cristina Ischkanian, 36, aluna da nona fase do curso de naturologia, fazem sucesso. “Quem compra os meus lanches sabe que eu não uso nada de procedência animal na produção deles”, disse. A vegetariana que há sete anos não consome carne garantiu que a procura é grande.
Para quem aprecia, não há como negar que uma carne bem temperada, daquelas assadas em um churrasco de domingo, não seja uma boa pedida. O cheiro inconfundível é quase um convite. À mesa, as bordas crocantes com sal grosso, o sabor incomparável e a maciez que faz a faca, bem afiada, deslizar. O Brasil é o quarto país do mundo em que mais se come carne.
Em contrapartida, a mudança nos hábitos alimentares é uma tendência cada vez maior. Por ora, um prato colorido: diferentes texturas e aroma de frescor. O crocante é natural e a biologia explica. As receitas combinam com a criatividade na hora de lidar com os legumes, verduras e frutas. Uma pesquisa realizada pelo grupo Ipsos e publicada na revista Época indica que o segundo maior índice mundial de pessoas que “têm procurado comer menos carne” é o dos brasileiros, equivalente a 28%.
Há quem decida abolir completamente a carne das refeições, condição primordial para que uma pessoa se torne vegetariana. “O termo vegetarianismo não vem de vegetal, mas sim significa dar vida!”, disse a estudante de nutrição Débora Valadão, 25, que já foi vegetariana e há um ano voltou a comer carne porque sentiu necessidade.
As razões que resultam na opção pela dieta podem ser de saúde, ecológicas, éticas, econômicas e religiosas.“No meu caso, foi uma mudança de percepção. Passei a ver os animais não mais como comida, mas como seres conscientes do mundo, sujeitos-de-uma-vida”, falou Rodrigo Espinosa Cabral, que é vegetariano há dois anos. Rodrigo tornou-se também, há quatro meses, vegano, o que significa, além de não ingerir alimentos de procedência animal, não fazer uso de nenhum outro produto (por exemplo: cosméticos, vestuários, calçados, etc) que tenha essa origem. “Parto do princípio de que toda a morte desnecessária deve ser evitada. Desde que bem equilibrada, a dieta vegetariana também é muito saudável!”, alertou.
Para que se atinja esse equilíbrio, é imprescindível a busca de informações em fontes variadas e oficiais ou, preferivelmente, uma consulta a um médico. “Como consumimos proteína em excesso, a retirada da carne simplesmente causa uma adequação com relação à quantidade de proteínas consumida. Porém, o vegetarianismo, assim como qualquer outra dieta, passa a ser prejudicial quando o indivíduo não se alimenta adequadamente, tanto em variedade, quanto em quantidade”, explicou Eric Slywitch, médico coordenador do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira, especialista em nutrologia e nutrição clínica.





Sociedade Vegetariana Brasileira (SBV): http://www.svb.org.br




Arielli Guedes Secco/CJM-4º semestre

7 de novembro de 2006


Filmes Catarinenses



Para os amantes do cinema alternativo pode-se dizer que só faltou a pipoca. Já para aqueles que foram ao evento apenas por ser gratuito, o que faltou foi educação em alguns momentos. A 8ª edição da mostra de vídeos catarinenses (Catavídeo) acabou neste domingo. Ao todo, foram 120 produções exibidas durante a última semana, além de oficinas e palestras com várias pessoas ligadas à produção de vídeos.

Em uma das melhores salas de cinema (e também uma das mais desconhecidas) da capital, dentro do prédio da Justiça Federal, os visitantes tiveram acesso aos mais variados tipos de filmes. De comédias hilárias, a documentários emocionantes, passando por alguns filmes experimentais e outros um tanto bizarros, as pessoas puderam se identificar com as mais variadas formas de expressão audiovisual. A maioria dos vídeos apresentados era de alunos de cursos de comunicação do Estado. Na mostra não havia pré-seleção dos filmes, portanto, todos os que se inscreveram tiveram suas produções exibidas ao longo da semana. Uma das curadoras do evento, Patrícia Lopes, diz que a idéia de não haver uma pré-seleção dos filmes ajuda a “suprir a demanda de distribuição dos vários filmes produzidos no Estado”.

Adriano Petrycoski de 32 anos disse assistiu à mostra na sexta e no sábado. Para ele a mostra é extremamente importante para o audiovisual catarinense pois leva à tela um tipo de filme mais “suburbano, underground.” Ele lembra que no FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul) os filmes todos passam por uma banca julgadora e por isso, muitos que, eventualmente, mereceriam estar na mostra, não aparecem por causa dos critérios de julgamento, algo que não acontece no Catavídeo.

Com relação ao público, Patrícia diz que não houve uma grande procura pelo festival, (que teve uma média de 50 pessoas por noite) sendo que o dia em com mais pessoas para assistir aos filmes foi no sábado. A própria escolha da sala da Justiça Federal ocorreu porque em anos anteriores, a sala do Museu da Imagem e do Som, no CIC não comportava todas as pessoas que iam à mostra. Segundo ela, o auditório da Justiça Federal tem lugar para quase 300 pessoas, mas como o número de visitantes se manteve, a sensação de que não havia quase ninguém na mostra se acentuou. Nem a maior cobertura da mídia sobre o evento deste ano ajudou para que o cinema lotasse. Aliás, pelo que se pôde observar, só ajudou para levar pessoas que durante as sessões levantavam, conversavam, iam embora durante os vídeos e não se importavam com os que gostariam de ver os filmes.

Uma novidade este ano foi, que percebendo uma grande quantidade de vídeos da região de Florianópolis, a organização do evento buscou parcerias com várias empresas do Estado para levar oficinas de produção audiovisual para o interior. Ao todo, 10 cidades tiveram estas oficinas, possibilitando assim, que as produções do interior alcançassem 20% do que foi exibido. Um recorde segundo a organização. Os filmes produzidos nestas oficinas foram exibidos ao público, sempre antes da sessão principal da noite.

Após a exibição dos filmes, o público, assim nas edições anteriores, pôde dar o retorno aos produtores dos vídeos escolhendo aquele gostou. Neste ano, os mais votados foram:

• Dia 29/10
CHAPÉU - UM FILME DE CHAPEUZINHOS
Dir. Marilia Gervasi Olska - Ficção - Florianópolis / SC - 8'
• Dia 30/10
O FIM DA LINHA
Dir. Felipe G. Botelho - Ficção - Florianópolis / SC - 20'
• Dia 31/10
TINO SUTIL
Dir. Danilo Seemann - Ficção - Florianópolis / SC - 6'10''
• Dia 01/11
CONTO DE NORTEVILLE
Dir. Uriel Pereira - Ficção - Florianópolis / SC - 13'35''
• Dia 02/11
LEONOR GUEDES - MEMÓRIAS EM ORBITA
Dir. Fabíola Beck - Doc. - Florianópolis / SC - 10'
• Dia 03/11
APROVEITEM O MAR
Dir. Christian Abes - Ficção - Florianópolis / SC - 9'
• Dia 04/11
O CAMINHO DA VIDA
Dir. Grupo Senac - ( I Turma 2006) - Ficção - Florianópolis / SC - 8'40''
• Dia 05/11
ONDE DEUS SE ESCONDE
Dir. Sandro Ferreira - Ficção - Florianópolis / SC - 23'54''


Leia mais sobre as outras edições do Catavídeo: www.catavideo.alquimida.org

4 de novembro de 2006

Noites Cariocas

Peculiar,acho uma boa definição para o Rio de Janeiro. Diversos morros recortam a cidade,volta e meia se vê um paredão rochoso ao seu lado.Hora os morros são cobertos pela mata nativa,hora pelas favelas que crescem de forma desordenada.Barracos amontoam-se verticalmente,abrigando famílias inteiras em poucos metros quadrados.Em algumas entradas para as comunidades os 'funcionários' montam guarda armados.Do outro lado,aqui é o único estado do Brasil que a polícia militar usa fuzis em rondas rotineiras,como blitz nos túneis.

O único temor do tráfico é o batalhão de operações especiais, devido ao treinamento dos policiais. Eles realmente acreditam na causa, 'manter a lei e a ordem', dificultando acordos ou subornos. A sede do Bope fica no Pereirão, local antes problemático. Há uma placa com os dizeres 'apague os faróis, ande devagar, não faça movimentos bruscos'; ao lado o símbolo do grupo, um crânio com dois revólveres cruzados. O Bope é a elite da polícia, suas inserções nos morros a bordo do caveirão quase sempre resultam em alguma prisão ou morte. Porém, como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, os donos da boca escondem-se enquanto o pessoal da contenção troca tiros com os militares.

Não pode-se negar a violência,mas o cotidiano do bairro onde fiquei,Humaitá,é tranqüilo.Ando despreocupado,o que não significa desatento.Há várias coisas para se fazer,nesse ponto Florianópolis deixa e muito a desejar.Locais como Centro Cultural Banco do Brasil e Museu de Arte Moderna recebem exposições de todos os tipos,sem contar os locais pequenos,como o Espaço Culural Sérgio Porto.Sempre com mesinhas para um café e agradável bate-papo. Vi mostra dos trabalhos de Aleijadinho no CCBB e '100 anos de arte no Brasil' no MAM.Este também abriga exposição fotográfica exelente,com instantâneos de Sebastião Salgado,Evandro Teixeira e Walter Firmo,entre outros.

A prostituição é gritante,seja na rua,seja numa das várias casas noturnas 'especializadas' no serviço.O turismo forte gera emprego para várias pessoas,e também para as que tem no corpo o único meio de sobrevivência.Copacabana é um dos locais onde mais acha-se tal serviço.O Beco das Garrafas,berço da Bossa Nova,não abriga mais boa música,e sim dois puteiros.A única coisa que lembra os anos 60 é uma loja de discos e livros chamada Bossa Nova & Cia,que tenta trazer de volta o ambiente artístico ao local.

Duas coisas chamam-me atenção.À noite os sinais não significam pare,e sim reduza,pois ninguém respeita o vermelho.Compreensível,visto o alto índice de assaltos aos carros parados nos semáforos.É a cidade mais tabagista que visitei.Todo lugar,de barezinhos a colégios,vejo mais fumantes que não fumantes.Na lapa ou na praia,existem ambulantes com uma bandejinha cheia de cigarros,todo tipo e marca.E a procura é grande.

Em Ipanema vejo um rapaz ser levado pela guarda municipal por fumar maconha na praia.Bobeou.Em Floripa,acho que não seria assim.
Seguem as noites cariocas.
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