Ontem foram eles. Amanhã, quiçá, sejamos nós!
Auto-crítica ao texto: ele pode ter parecido tendencioso, embora não tenha sido a intenção. Eu deveria ter falado com pessoas que receberam o prêmio e que não são muito conhecidas. É que realmente lá foi difícil, por dois motivos: primeiro, pelo rotineiro nervosismo que já me é de praxe [mais ainda quando, na função de estudante de jornalismo, entrevista-se jornalistas]; segundo pela muvuca, que tornou impossível a seleção das fontes. Enfim, foi uma oportunidade pra lá de bacana de ter contato com pessoas do nosso meio jornalístico que já têm uma bagagem bem maior do que a nossa.
Um agradecimento ao meu amigo Emilio que me deu [muito] apoio moral lá!
Prêmio Acaert 2006
Jornalistas e estudantes reunidos, Teatro Álvares de Carvalho praticamente lotado e microfones de ouro sobre a mesa à espera pela entrega como símbolo de reconhecimento. Marcada para as sete e meia da noite, a cerimônia do prêmio da Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão, que acontece há cinco anos, foi nesse dia 08 de novembro. A edição teve quinhentos e cinqüenta e quatro trabalhos inscritos, realizados por profissionais de emissoras de rádio e televisão, e de agências de publicidade de todo o Estado de Santa Catarina.
Depois de pisar em um tapete vermelho e tomar alguns goles de champagne logo à porta do Teatro, quem presenciasse a cerimônia podia sentar-se à espera do início da celebração que teve atraso de uma hora. “O prêmio ACAERT de Rádio e Televisão, que este ano bateu o recorde de participação, é para nós da radiodifusão catarinense um momento único e marcante”, falou Ranieri Moacir Bertoli, presidente da Associação, em uma parte do breve discurso de abertura. Segundo Ranieri, o júri encarregado pela escolha dos vencedores foi formado por pessoas sem nenhuma relação com a Acaert e especializadas de acordo com a categoria a ser julgada.
O prêmio era dividido em três categorias: Profissionais de rádio e televisão, Peças Publicitárias e Monografia Estudantil. A comissão julgadora foi presidida pelo professor, radialista e publicitário Acácio Luis Costa, responsável pelo lançamento de mais de cem emissoras de rádio no Brasil.
Na categoria Profissionais da Televisão, Mário Motta recebeu o microfone de ouro como o melhor apresentador de telejornal. Antes, demonstrava o nervosismo roendo as unhas. Impaciente, trocou de cadeira três vezes. Ao final da entrega, enquanto saía do teatro tranqüilo e com uma felicidade que transbordava em inúmeros sorrisos, falou:
- Muito embora normalmente os premiados sejam aqueles que aparecem em frente às câmeras, ou cujo a voz está no auto-falante do rádio, ou no texto do jornal, há tanta gente por trás pra que você possa desempenhar seu papel que eu não me permito esquecê-los, especialmente em televisão onde eu não edito o jornal; me cabe apresentar, quer dizer, vivenciar a emoção daquilo que foi trabalhado pelos meus companheiros e companheiras. Então esse prêmio aqui é dividido mesmo!
Ricardo Von Dorff foi o vencedor de melhor repórter, também da categoria Profissionais da Televisão. No momento, Ricardo atua em Santa Catarina, mas já teve matérias veiculadas no Jornal Nacional. Ao final do evento, conversava com colegas na calçada em frente ao Teatro Álvares de Carvalho. Usava óculos de grau discreto, com armação fina, terno bege escuro e cigarro entre os dedos. “Eu fumo demais”, disse, olhando para o chão. Para ele, o problema por que passa o profissional do jornalismo atualmente está na saturação do mercado: “espero que o mercado venha a crescer em todas as áreas, em todas as mídias que fazem o jornalismo e que as pessoas que pensam em ser profissionais dessa área se qualifiquem o mais possível. É um mercado bastante apertado”, disse. Ricardo tem como sua maior conquista a credibilidade, que ele acredita ser o que todo jornalista procura trabalhar:
- “Eu acredito no que essa pessoa ta falando”. Isso não é gratuito! Acho que você só pode ter essa credibilidade ao longo de uma carreira.
Há aqueles que já deram longos passos em sua carreira e há quem ainda está no começo do caminho. Essa flexibilidade do prêmio Acaert, que dispôs de olhos tanto para os mais experientes quanto para os principiantes, permitiu a escolha de Andréia Carol Denardi com a melhor monografia estudantil. Cabelo preso, vestido longo preto e, por ora, a convicção de que tudo tinha dado certo: ela quase não conseguiu inscrever o trabalho a tempo. “O prazo para entregar a inscrição era até as seis horas. Consegui entregar era seis e meia. Foi muito corrido!”, contou. A monografia tem como título “A voz da rádio CBN/Diário no apagão na Ilha de Santa Catarina”, e faz uma análise da cobertura da emissora de rádio realizada durante o acontecimento. “Eu decupei sete CDs de gravação, mais de cinqüenta e cinco horas, com o trabalho de todos os profissionais da RBS, entrevistei a maioria envolvida com a cobertura do apagão. A minha monografia é uma viagem boa à cobertura que a CBN fez durante o apagão!”, explicou. Andréia se formou em 2003, na Unisul, e teve como orientador para o trabalho de pós-graduação o professor Eduardo Meditsch, da UFSC.
Na categoria Peças Publicitárias, as agências de propaganda que se destacaram foram a Neovox, a INCA e a One/WG, todas com três peças finalistas, seguidas pela Shift/Quorum e 9mm Propaganda e Marketing, ambas com duas peças selecionadas. As vencedoras do microfone de ouro foram a Neovox e a Propag. Você pode tomar conhecimento da lista completa dos premiados no link abaixo:
http://www.acaert.com.br/index.php?option=content&task=view&id=547&Itemid=
Arielli Guedes Secco / 4º semestre