22 de março de 2009

Eternos aspirantes

O momento durou pouco mais de uma hora. Lá estávamos os três sentados, diante de um público enorme, próximo às autoridades acadêmicas, professores que amamos e odiamos ao longo de quatro anos. Esse tempo foi o suficiente para que eles entrassem aos poucos e marcassem nossas vidas, bem como os colegas que tivemos o prazer de conhecer nessa breve jornada.

Sim, ela foi breve, mesmo tendo durado quase meia década. Falando assim, parece que o tempo é longo e demorou a passar. Mas lembramos como se tivesse sido na semana passada de uma sala cheia de desconhecidos, onde, por mais incrível que pareça, não havia lugar para que todos se sentassem. Alguns assistiram a primeira aula da faculdade no chão da sala, até que no fim daquela manhã de segunda feira a situação fosse resolvida.

Foi um tempo de sorrisos, de lágrimas, de amizades e de discussões. Acima de tudo, foi um tempo em que aprendemos. Não apenas a sermos jornalistas; aprendemos, sim, a nos tornar cidadãos, entender o próximo – ainda que eventualmente discordando -, superar diferenças e erguer a cabeça quando tudo parece perdido.

Tudo isso passou ontem em nossas mentes. Desde a vergonha nas primeiras entrevistas feitas ainda no início do curso até os projetos finais bem sucedidos e as monografias com notas máximas. Diante do público repleto de parentes e amigos não estavam apenas nós três e nossos colegas. Lá, havia sonhos, insônias, pesadelos, enxaquecas, livros, vídeos, sons. Uma complexidade inteira que formava cada um de nós e que nos fazia merecer o canudo a ser entregue durante a cerimônia.

Estamos mudados. Falando de nós três, sabemos que não somos mais o Samuka que tremeu diante da primeira menina que entrevistou, a Li..! que demorava a se enturmar com o resto dos colegas e o Pedro que imaginava ser repórter esportivo para narrar jogos do Palmeiras. Essas personalidades ainda existem em nós, em algum lugar, contudo já não são as melhores definições de cada aspirante.

Por falar nisso, tecnicamente, já não somos mais aspirantes. Desde a noite do último sábado, nos tornamos oficialmente jornalistas, ou melhor, bacharéis em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Só que isso abre uma questão ainda maior: o que é ser um jornalista? Na nossa visão, ser jornalista é estar sempre disposto a aprender com o mundo e saber que nunca estamos completos de conhecimento, respeitar outras culturas e tentar desvendar aos outros um pouco desse mundo cão.

Mas espera aí, se nós vamos continuar aprendendo, nunca nos tornaremos algo em definitivo, certo? Sim, e é por isso que dentro de nossos corações seremos eternos aspirantes. Só que agora, nossas aspirações vão além do diploma. Queremos conquistar o mundo, conhecer mais pessoas, contar mais histórias, arrumar emprego, enfim, viver.

Sendo assim, o blog não muda nem de nome e nem de endereço, apesar do diploma pendurado na parede do quarto. Nossas novas aspirações serão parte do que vocês encontrarão daqui para a frente. Esperamos que os leitores que aparecem aqui sempre continuem dando seu apoio.

Como bons fãs do CQC, nos despedimos com um até breve e um beijo nos liguem para todos. Assim que um de nós recuperar-se de vez da ressaca, o blog volta com força total. A pouca força de sempre, mas total.

3 comentários:

Li...! disse...

nós merecemos!

amo vocês! nós somos jornalistas, nós somos fodas! agora é fazer valer cada dia mais esse título com o que sabemos fazer de melhor!

beijosmeliguem!

Comunicação Social Unisul disse...

Po nem pra convidar os "calouros" para a cerimônia...
Parabéns ai pra vocês!

Fran, disse...

Lindo texto, linda festa, vocês são lindos...

Ando meio emo :')

PARABÉNS *-*

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