Três repórteres, um blog e poucas postagens... =D
31 de março de 2009
Visitas!
manhã de hoje, à beira-mar de São José, 11h48. 30 e tantos graus na cidade, céu sem nuvens e mar com belas visitas.
o zoom não colabora, mas com um esforço você consegue notar as formas presentes na imagem :)
27 de março de 2009
Sem ressentimentos. Foi o que pensei, tenho certeza que ela também, quando nos encontramos. Ambos arrumados, quase como quando saíamos. Meu terno preto contrasta com o tênis vermelho; que por sua vez contrasta com o mármore do piso. O vestido dela, sem alças, deixa à mostra as tatuagens nos ombros e costas.
- Como vai?
- Bem - responde ela, sorridente.
É engraçado como as coisas são. Agora, por exemplo, nos comportamos como se absolutamente nada tivesse acontecido , como se fossemos apenas amigos de infância, como se eu jamais tivesse elogiado seu sutiã estampado a cada vez que o tirava. O tipo de convivência que é fundamental à vida em sociedade.
- Pois é, estou morando no rio, só vim mesmo para o casamento.
- Pô, legal, quero ver se consigo uma vaga na folha, se bem que está cada vez mais difícil encontrar emprego para fotógrafo...
- Ah, posso ver se consigo alguma coisa, se quiseres. Conheço a editora da sucursal do rio.
Tudo parecia como antes, conversávamos, ríamos. Teriam os desentendimentos ficados para trás, agora que somos "crescidinhos"? Ocorre-me tentar algo, quiça pense ela isso também. A sala na qual estamos é ilumidada por um lustre de cristais; na bancada da janela as taças de syrah, o cinzeiro vazio. Há muito tempo não a sentia tão próxima, ao passo que igualmente pouco me abria quando encontrava-a. Um ano muda muita coisa.
Um desavisado entra na sala, nos percebe e sai rapidamente. Com certeza imaginou alguma coisa que não acontecia. E nos devolve ao mundo.
- Acho que vou lá embaixo pegar uma água.
- Claro - ela sorri.
Involuntariamente damo-nos as mãos.
24 de março de 2009
Hora do Planeta
"O WWF-Brasil participa pela primeira vez da Hora do Planeta, um ato simbólico, que será realizado dia 28 de março, às 20h30, no qual governos, empresas e a população de todo o mundo são convidados a apagar as luzes para demonstrar sua preocupação com o aquecimento global. O gesto simples de apagar as luzes por sessenta minutos, possível em todos os lugares do planeta, tem como objetivo chamar para uma reflexão sobre a ameaça das mudanças climáticas. Participe! É simples. Apague as luzes da sua sala."
O texto acima não é nosso, mas tá valendo. Também apoiamos a idéia. Vamos fazer deste planetinha um lugar melhor e menos quente para nós vivermos.
Quem quiser se cadastrar, pode acessar o endereço http://www.horadoplaneta.org.br/ ou clicar no relógio que ficará aí do lado até sábado.
O texto acima não é nosso, mas tá valendo. Também apoiamos a idéia. Vamos fazer deste planetinha um lugar melhor e menos quente para nós vivermos.
Quem quiser se cadastrar, pode acessar o endereço http://www.horadoplaneta.org.br/ ou clicar no relógio que ficará aí do lado até sábado.
22 de março de 2009
Eternos aspirantes
O momento durou pouco mais de uma hora. Lá estávamos os três sentados, diante de um público enorme, próximo às autoridades acadêmicas, professores que amamos e odiamos ao longo de quatro anos. Esse tempo foi o suficiente para que eles entrassem aos poucos e marcassem nossas vidas, bem como os colegas que tivemos o prazer de conhecer nessa breve jornada.
Sim, ela foi breve, mesmo tendo durado quase meia década. Falando assim, parece que o tempo é longo e demorou a passar. Mas lembramos como se tivesse sido na semana passada de uma sala cheia de desconhecidos, onde, por mais incrível que pareça, não havia lugar para que todos se sentassem. Alguns assistiram a primeira aula da faculdade no chão da sala, até que no fim daquela manhã de segunda feira a situação fosse resolvida.
Foi um tempo de sorrisos, de lágrimas, de amizades e de discussões. Acima de tudo, foi um tempo em que aprendemos. Não apenas a sermos jornalistas; aprendemos, sim, a nos tornar cidadãos, entender o próximo – ainda que eventualmente discordando -, superar diferenças e erguer a cabeça quando tudo parece perdido.
Tudo isso passou ontem em nossas mentes. Desde a vergonha nas primeiras entrevistas feitas ainda no início do curso até os projetos finais bem sucedidos e as monografias com notas máximas. Diante do público repleto de parentes e amigos não estavam apenas nós três e nossos colegas. Lá, havia sonhos, insônias, pesadelos, enxaquecas, livros, vídeos, sons. Uma complexidade inteira que formava cada um de nós e que nos fazia merecer o canudo a ser entregue durante a cerimônia.
Estamos mudados. Falando de nós três, sabemos que não somos mais o Samuka que tremeu diante da primeira menina que entrevistou, a Li..! que demorava a se enturmar com o resto dos colegas e o Pedro que imaginava ser repórter esportivo para narrar jogos do Palmeiras. Essas personalidades ainda existem em nós, em algum lugar, contudo já não são as melhores definições de cada aspirante.
Por falar nisso, tecnicamente, já não somos mais aspirantes. Desde a noite do último sábado, nos tornamos oficialmente jornalistas, ou melhor, bacharéis em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Só que isso abre uma questão ainda maior: o que é ser um jornalista? Na nossa visão, ser jornalista é estar sempre disposto a aprender com o mundo e saber que nunca estamos completos de conhecimento, respeitar outras culturas e tentar desvendar aos outros um pouco desse mundo cão.
Mas espera aí, se nós vamos continuar aprendendo, nunca nos tornaremos algo em definitivo, certo? Sim, e é por isso que dentro de nossos corações seremos eternos aspirantes. Só que agora, nossas aspirações vão além do diploma. Queremos conquistar o mundo, conhecer mais pessoas, contar mais histórias, arrumar emprego, enfim, viver.
Sendo assim, o blog não muda nem de nome e nem de endereço, apesar do diploma pendurado na parede do quarto. Nossas novas aspirações serão parte do que vocês encontrarão daqui para a frente. Esperamos que os leitores que aparecem aqui sempre continuem dando seu apoio.
Como bons fãs do CQC, nos despedimos com um até breve e um beijo nos liguem para todos. Assim que um de nós recuperar-se de vez da ressaca, o blog volta com força total. A pouca força de sempre, mas total.
Sim, ela foi breve, mesmo tendo durado quase meia década. Falando assim, parece que o tempo é longo e demorou a passar. Mas lembramos como se tivesse sido na semana passada de uma sala cheia de desconhecidos, onde, por mais incrível que pareça, não havia lugar para que todos se sentassem. Alguns assistiram a primeira aula da faculdade no chão da sala, até que no fim daquela manhã de segunda feira a situação fosse resolvida.
Foi um tempo de sorrisos, de lágrimas, de amizades e de discussões. Acima de tudo, foi um tempo em que aprendemos. Não apenas a sermos jornalistas; aprendemos, sim, a nos tornar cidadãos, entender o próximo – ainda que eventualmente discordando -, superar diferenças e erguer a cabeça quando tudo parece perdido.
Tudo isso passou ontem em nossas mentes. Desde a vergonha nas primeiras entrevistas feitas ainda no início do curso até os projetos finais bem sucedidos e as monografias com notas máximas. Diante do público repleto de parentes e amigos não estavam apenas nós três e nossos colegas. Lá, havia sonhos, insônias, pesadelos, enxaquecas, livros, vídeos, sons. Uma complexidade inteira que formava cada um de nós e que nos fazia merecer o canudo a ser entregue durante a cerimônia.
Estamos mudados. Falando de nós três, sabemos que não somos mais o Samuka que tremeu diante da primeira menina que entrevistou, a Li..! que demorava a se enturmar com o resto dos colegas e o Pedro que imaginava ser repórter esportivo para narrar jogos do Palmeiras. Essas personalidades ainda existem em nós, em algum lugar, contudo já não são as melhores definições de cada aspirante.
Por falar nisso, tecnicamente, já não somos mais aspirantes. Desde a noite do último sábado, nos tornamos oficialmente jornalistas, ou melhor, bacharéis em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Só que isso abre uma questão ainda maior: o que é ser um jornalista? Na nossa visão, ser jornalista é estar sempre disposto a aprender com o mundo e saber que nunca estamos completos de conhecimento, respeitar outras culturas e tentar desvendar aos outros um pouco desse mundo cão.
Mas espera aí, se nós vamos continuar aprendendo, nunca nos tornaremos algo em definitivo, certo? Sim, e é por isso que dentro de nossos corações seremos eternos aspirantes. Só que agora, nossas aspirações vão além do diploma. Queremos conquistar o mundo, conhecer mais pessoas, contar mais histórias, arrumar emprego, enfim, viver.
Sendo assim, o blog não muda nem de nome e nem de endereço, apesar do diploma pendurado na parede do quarto. Nossas novas aspirações serão parte do que vocês encontrarão daqui para a frente. Esperamos que os leitores que aparecem aqui sempre continuem dando seu apoio.
Como bons fãs do CQC, nos despedimos com um até breve e um beijo nos liguem para todos. Assim que um de nós recuperar-se de vez da ressaca, o blog volta com força total. A pouca força de sempre, mas total.
16 de março de 2009
15 de março de 2009
Azar no jogo...
Restavam poucas fichas no bolso. Ele tinha ido ao cassino ilegal para tentar, com suas últimas economias, salvar o mês que havia sido duro demais para suas finanças. Aos 34 anos, Renan tinha muita sorte. Tirando grandes apostas, como Mega-Sena e afins, ele nunca havia perdido dinheiro com jogos de azar. Fossem bingo de igreja ou concursos de supermercados, ele sempre ganhava um prêmio, ainda que nem sempre fosse o principal.
Porém agora era diferente. Com a mulher doente, internada no hospital, ele já havia gastado quase tudo. Até o carro zero quilômetro que ganhara meses antes em uma promoção, ele vendera para pagar os gastos com hospital e o aluguel de uma kitnete. Eles eram do interior do Estado e o câncer raro de sua esposa só poderia ser tratado na Capital. Mas ela necessitava de cuidados e carinho constantes, não só dos médicos e enfermeiros, como também do marido, que era sua única família agora, já que ela era filha única e seus pais já haviam morrido. O casal ainda não tinha filhos.
Ela estava com 27 anos. Antes da doença, que fora descoberta há cerca de seis meses, Joana era uma mulher muito bonita. Na cidade, suas formas eram apreciadas pelos homens de maneira tão grosseira às vezes, que lembravam a personagem-título Malena, interpretada pela bela Monica Bellucci, no filme do diretor Giuseppe Tornatore. Porém o tratamento a deixara sem os belos cabelos castanhos escorridos até a cintura. Seus olhos verdes, outrora brilhantes e ávidos, transbordando uma mistura de paixão ardente com a mais doce ternura de um carinho demorado embaixo de uma árvore num fim de tarde no outono, agora eram opacos e vazios. Quem a via naquela situação já não pensava mais se tratar de um ser vivo. Ela vegetava sobre os lençóis brancos da cama de hospital.
Mas a paixão de Renan era mais forte que tudo. Ele ainda tinha familiares vivos, muitos dos quais se prontificaram a ajudá-lo com o tratamento de Joana. Ele recusou o auxílio de todos. Em sua mente, ninguém, além dos médicos e enfermeiros do hospital seria mais capacitado para segurar as mãos da mulher enquanto a morte, aos poucos, se apresentava diante dela. Na verdade, nas duas últimas semanas, ele também já começava a duvidar da competência dos profissionais.
Dentre os que cuidavam de Joana, havia um residente, com a mesma idade dela. Ele foi designado pelo chefe de oncologia para também aprender com esse caso. João era o melhor aluno de sua turma e sabia que se a superasse a doença, além de ser quase um milagre, sua carreira teria no currículo algo realmente importante para ser mostrado depois. Desde o início, ele acompanhava Joana e era quem mais cuidava dela, além do marido. Enquanto ela ainda falava – agora apenas balbuciava algumas sílabas – os dois passavam algumas horas contando um ao outro sobre a vida deles, trocando intimidades.
Certo dia, foram interrompidos aos risos por Renan, que chegou ao quarto e perguntou o motivo de tanta alegria. O médico quis começar a falar, mas Joana o interrompeu e disse: “Acredita que ele também caiu de bicicleta e quase morreu quando tinha nove anos? Igual ao que aconteceu comigo quando era pequena, com a mesma idade. Só faltava termos nascido no mesmo dia.” Renan não entendeu direito, mas também esboçou um sorriso. Era impossível não se sentir alegre na presença de Joana.
Ele morreria se qualquer coisa os separasse. Para que isso não acontecesse, estava diante daquela mesa, pronto para entregar a alma ao diabo. O jogo era o famoso 21, também conhecido como Blackjack. A sorte estava prestes a traçar um destino com o qual Renan jamais sonhara. Durante toda a noite, havia perdido algumas centenas de reais na mesa de jogo. Sua última aposta era de 500 Reais. Era tudo ou nada.
Um outro homem quis aumentar a aposta, mas Renan não teria mais dinheiro e pediu para que ele não fizesse isso. Brevemente, contou os motivos que o levaram àquela mesa e implorou para que a aposta permanecesse como estava e o jogo continuasse. Se ele perdesse, aqueles eram seus últimos centavos. Resignado, o velho cheio de dinheiro resolveu fazer uma boa ação e segurar a aposta, apenas pagou o que Renan colocou e o jogo continuou.
Recebeu as duas cartas: um três de paus e um quatro de ouros. Estava difícil de ganhar. Ele precisava no mínimo de uma carta real, que vale 10 pontos. No Blackjack, ganha quem alcançar 21 pontos na soma das cartas ou quem tiver a maior soma dentre os valores delas e perde quem extrapolar os 21 pontos ou possuir uma soma inferior a de seus oponentes.
Com aquele dinheiro, poderia ir embora o último suspiro de Joana. Ele suava em bicas. As cartas começavam a amolecer, diante de tanto suor que escorria por suas mãos. Puxou outra carta: era o 10 que ele precisava. Somou e ainda estava com 17 pontos. Um quatro e ganharia o jogo. Essa pontuação é arriscada demais, pois ainda está um pouco longe dos 21 para se fechar a partida, o velho ou a banca poderiam ter somas maiores. Ele resolveu se arriscar e puxou outra. Veio um dois de espadas. Era hora de parar e ele sabia disso. Não arriscou comprar outra carta e avisou que estava pronto para mostrar seu jogo.
No hospital, Joana começara a passar mal. Uma falta de ar, seguida de uma breve parada cardíaca colocaram toda a UTI de prontidão para socorrê-la. O jovem residente estava na equipe que cuidou dela naquele momento. Passado o susto inicial, os enfermeiros saíram um pouco e o médico ficou cuidando da paciente mais alguns minutos. Num momento, ela recobrou um pouco a consciência. Nunca se saberá o quanto. Pediu para segurar a mão do médico e disse: “Eu te amo. Obrigada por tudo.” Seus olhos então se fecharam, para nunca mais se abrirem.
De volta ao cassino, o velho colocou as suas cartas: estava com 18 pontos. O coração de Renan já se preparava para bater mais forte e comemorar a vitória. Seria a primeira da noite e talvez a primeira de muitas, que poderiam dar o dinheiro para o tratamento da amada. Então, o crupiê desceu as cartas da banca: a soma fechava 20 pontos e Renan acabava de perder tudo.
Instantes depois, desolado na porta do cassino, o celular dele tocou, trazendo a notícia do falecimento de Joana. Todavia, os detalhes do acontecido, incluindo as palavras proferidas por ela, não foram-lhe ditos. Ele correu e se atirou na frente de um caminhão. Morreu e foi enterrado com ela.
Porém agora era diferente. Com a mulher doente, internada no hospital, ele já havia gastado quase tudo. Até o carro zero quilômetro que ganhara meses antes em uma promoção, ele vendera para pagar os gastos com hospital e o aluguel de uma kitnete. Eles eram do interior do Estado e o câncer raro de sua esposa só poderia ser tratado na Capital. Mas ela necessitava de cuidados e carinho constantes, não só dos médicos e enfermeiros, como também do marido, que era sua única família agora, já que ela era filha única e seus pais já haviam morrido. O casal ainda não tinha filhos.
Ela estava com 27 anos. Antes da doença, que fora descoberta há cerca de seis meses, Joana era uma mulher muito bonita. Na cidade, suas formas eram apreciadas pelos homens de maneira tão grosseira às vezes, que lembravam a personagem-título Malena, interpretada pela bela Monica Bellucci, no filme do diretor Giuseppe Tornatore. Porém o tratamento a deixara sem os belos cabelos castanhos escorridos até a cintura. Seus olhos verdes, outrora brilhantes e ávidos, transbordando uma mistura de paixão ardente com a mais doce ternura de um carinho demorado embaixo de uma árvore num fim de tarde no outono, agora eram opacos e vazios. Quem a via naquela situação já não pensava mais se tratar de um ser vivo. Ela vegetava sobre os lençóis brancos da cama de hospital.
Mas a paixão de Renan era mais forte que tudo. Ele ainda tinha familiares vivos, muitos dos quais se prontificaram a ajudá-lo com o tratamento de Joana. Ele recusou o auxílio de todos. Em sua mente, ninguém, além dos médicos e enfermeiros do hospital seria mais capacitado para segurar as mãos da mulher enquanto a morte, aos poucos, se apresentava diante dela. Na verdade, nas duas últimas semanas, ele também já começava a duvidar da competência dos profissionais.
Dentre os que cuidavam de Joana, havia um residente, com a mesma idade dela. Ele foi designado pelo chefe de oncologia para também aprender com esse caso. João era o melhor aluno de sua turma e sabia que se a superasse a doença, além de ser quase um milagre, sua carreira teria no currículo algo realmente importante para ser mostrado depois. Desde o início, ele acompanhava Joana e era quem mais cuidava dela, além do marido. Enquanto ela ainda falava – agora apenas balbuciava algumas sílabas – os dois passavam algumas horas contando um ao outro sobre a vida deles, trocando intimidades.
Certo dia, foram interrompidos aos risos por Renan, que chegou ao quarto e perguntou o motivo de tanta alegria. O médico quis começar a falar, mas Joana o interrompeu e disse: “Acredita que ele também caiu de bicicleta e quase morreu quando tinha nove anos? Igual ao que aconteceu comigo quando era pequena, com a mesma idade. Só faltava termos nascido no mesmo dia.” Renan não entendeu direito, mas também esboçou um sorriso. Era impossível não se sentir alegre na presença de Joana.
Ele morreria se qualquer coisa os separasse. Para que isso não acontecesse, estava diante daquela mesa, pronto para entregar a alma ao diabo. O jogo era o famoso 21, também conhecido como Blackjack. A sorte estava prestes a traçar um destino com o qual Renan jamais sonhara. Durante toda a noite, havia perdido algumas centenas de reais na mesa de jogo. Sua última aposta era de 500 Reais. Era tudo ou nada.
Um outro homem quis aumentar a aposta, mas Renan não teria mais dinheiro e pediu para que ele não fizesse isso. Brevemente, contou os motivos que o levaram àquela mesa e implorou para que a aposta permanecesse como estava e o jogo continuasse. Se ele perdesse, aqueles eram seus últimos centavos. Resignado, o velho cheio de dinheiro resolveu fazer uma boa ação e segurar a aposta, apenas pagou o que Renan colocou e o jogo continuou.
Recebeu as duas cartas: um três de paus e um quatro de ouros. Estava difícil de ganhar. Ele precisava no mínimo de uma carta real, que vale 10 pontos. No Blackjack, ganha quem alcançar 21 pontos na soma das cartas ou quem tiver a maior soma dentre os valores delas e perde quem extrapolar os 21 pontos ou possuir uma soma inferior a de seus oponentes.
Com aquele dinheiro, poderia ir embora o último suspiro de Joana. Ele suava em bicas. As cartas começavam a amolecer, diante de tanto suor que escorria por suas mãos. Puxou outra carta: era o 10 que ele precisava. Somou e ainda estava com 17 pontos. Um quatro e ganharia o jogo. Essa pontuação é arriscada demais, pois ainda está um pouco longe dos 21 para se fechar a partida, o velho ou a banca poderiam ter somas maiores. Ele resolveu se arriscar e puxou outra. Veio um dois de espadas. Era hora de parar e ele sabia disso. Não arriscou comprar outra carta e avisou que estava pronto para mostrar seu jogo.
No hospital, Joana começara a passar mal. Uma falta de ar, seguida de uma breve parada cardíaca colocaram toda a UTI de prontidão para socorrê-la. O jovem residente estava na equipe que cuidou dela naquele momento. Passado o susto inicial, os enfermeiros saíram um pouco e o médico ficou cuidando da paciente mais alguns minutos. Num momento, ela recobrou um pouco a consciência. Nunca se saberá o quanto. Pediu para segurar a mão do médico e disse: “Eu te amo. Obrigada por tudo.” Seus olhos então se fecharam, para nunca mais se abrirem.
De volta ao cassino, o velho colocou as suas cartas: estava com 18 pontos. O coração de Renan já se preparava para bater mais forte e comemorar a vitória. Seria a primeira da noite e talvez a primeira de muitas, que poderiam dar o dinheiro para o tratamento da amada. Então, o crupiê desceu as cartas da banca: a soma fechava 20 pontos e Renan acabava de perder tudo.
Instantes depois, desolado na porta do cassino, o celular dele tocou, trazendo a notícia do falecimento de Joana. Todavia, os detalhes do acontecido, incluindo as palavras proferidas por ela, não foram-lhe ditos. Ele correu e se atirou na frente de um caminhão. Morreu e foi enterrado com ela.
13 de março de 2009
12 de março de 2009
Biografia de Roberto Carlos continua proibida
A notícia não é mais novidade, só eu é que fiquei sabendo agora (coisa feia, hein, Samuka?!?), mas o livro Roberto Carlos em Detalhes, do jornalista Paulo Cesar de Araújo continua com a venda proibida em todo o país, segundo decisão dos desembargadores da 18ª Vara Cível do Rio de Janeiro. Os desembargadores levaram votaram a favor do músico que alega se sentir ofendido com o teor de algumas passagens da obra. O livro, lançado em dezembro de 2006 e, nos poucos dias em que esteve à venda, alcançou a marca de 40 mil exemplares comercializados.
Pouco me importa saber se o livro tem ou não um teor ofensivo à biografia de Roberto Carlos. A questão que se impõe neste caso é completamente diferente. Teoricamente, vivemos num país livre de qualquer tipo de censura. O máximo que se tem é a proibição de pornografia aos menores de 18 anos de idade. Se bem que com a internet, não é um mero aviso na entrada de um site que vai proibir um pirralho de acessar o conteúdo ou não. O problema é que a justiça, que deveria, no mínimo, resguardar os direitos do autor, o proíbe de lançar a obra.
Ainda não o li (mais a frente explicarei o porquê), porém se há algo que possa denegrir a imagem de Roberto ou de algum dos personagens que passaram por sua vida, o próprio poderia negar as informações, mostrar evidências contrárias ao que foi publicado, enfim. Da mesma forma, quem deve julgar se o conteúdo é verossímil ou não está longe de ser o biografado e muito menos o Poder Judiciário. Aqueles que devem se preocupar com isso são os leitores. Qualquer obra humana, seja uma reportagem ou uma descoberta da medicina, devem ser questionadas por quem realmente a consumirá. "Será que isso é verdade? Até que ponto o escritor mentiu ou omitiu detalhes?" Essas são perguntas que não cabem serem feitas por juízes. Se o autor cometeu alguma besteira no processo de levantamento das informações, ele será punido pelos leitores, que julgarão sua obra como sendo uma grande porcaria e não mais a comprarão.
Bom, mas assim como a pornografia, o livro sobre Roberto Carlos também está livre, leve e solto pela internet. Quem quiser baixar e tirar suas próprias conclusões, pode acessar o blog O Escriba, onde há um arquivo em pdf com o livro, e fazer suas próprias análises. Eu ainda não li o livro porque baixei hoje. Assim que terminar a leitura, ou parte dela, colocarei mais comentários (se não esquecer).
Pouco me importa saber se o livro tem ou não um teor ofensivo à biografia de Roberto Carlos. A questão que se impõe neste caso é completamente diferente. Teoricamente, vivemos num país livre de qualquer tipo de censura. O máximo que se tem é a proibição de pornografia aos menores de 18 anos de idade. Se bem que com a internet, não é um mero aviso na entrada de um site que vai proibir um pirralho de acessar o conteúdo ou não. O problema é que a justiça, que deveria, no mínimo, resguardar os direitos do autor, o proíbe de lançar a obra.
Ainda não o li (mais a frente explicarei o porquê), porém se há algo que possa denegrir a imagem de Roberto ou de algum dos personagens que passaram por sua vida, o próprio poderia negar as informações, mostrar evidências contrárias ao que foi publicado, enfim. Da mesma forma, quem deve julgar se o conteúdo é verossímil ou não está longe de ser o biografado e muito menos o Poder Judiciário. Aqueles que devem se preocupar com isso são os leitores. Qualquer obra humana, seja uma reportagem ou uma descoberta da medicina, devem ser questionadas por quem realmente a consumirá. "Será que isso é verdade? Até que ponto o escritor mentiu ou omitiu detalhes?" Essas são perguntas que não cabem serem feitas por juízes. Se o autor cometeu alguma besteira no processo de levantamento das informações, ele será punido pelos leitores, que julgarão sua obra como sendo uma grande porcaria e não mais a comprarão.
Bom, mas assim como a pornografia, o livro sobre Roberto Carlos também está livre, leve e solto pela internet. Quem quiser baixar e tirar suas próprias conclusões, pode acessar o blog O Escriba, onde há um arquivo em pdf com o livro, e fazer suas próprias análises. Eu ainda não li o livro porque baixei hoje. Assim que terminar a leitura, ou parte dela, colocarei mais comentários (se não esquecer).
11 de março de 2009
CQC 09
Valeu a espera de dois meses pelo retorno do custe o que custar, na bandeirantes. Com um programa maior do que o normal, novos quadros mesclavam-se aos já tradicionais no programa. Aliás, as novidades incluiam também uma mesa que lembra o capô de um opala, as tatuagens do rafinha bastos e a barbicha do cortez.
Com duas matérias made in brasília, danilo gentili mostrou que de fato lá é seu melhor local de trabalho. Numa, questionava o aumento de salário que judiciário e executivo tentam aprovar para eles mesmos - visto que ganham pouco, coitados. Na outra, baseado em notícias da semana, verificava a quantas anda os conhecimentos gerais dos parlamentares. Percebemos então que são mais (seu adjetivo aqui) do que parecem, não sabendo nem onde fica guantánamo.
Outra boa nova foi o "fala na cara", conduzido por oscar filho e felipe andreoli. Populares tem a chance de falar o quiserem, frente a frente, ao participante do quadro - que na estréia foi o político paulo maluf. Mesmo sendo mais liso que um sabonete, foi cômico ver uma garota negandos-se a abraçá-lo. Homem dos esportes, andreoli também cobriu o clássico entre palmeiras x corinthians. Além das entrevistas, deu o óculos do cqc a ronaldo.
No "palavras cruzadas", entrevistas ping-pong com duas personalidades são exibidas simultâneamente. Divertido, dependento das respostas. Na última segunda, cauã reymond e paulo césar pereio responderam quanto tempo ficaram sem sexo e inutilidades do tipo. Para o aniversário de hebe camargo, matéria mais para entretenimento, rafael cortez foi o indicado. O excelente proteste já tratou de um hospital em brasília, inaugurado há um ano porém até hoje fechado. Para mim o melhor do programa.
Sobretudo, o que mais me animou foi o tom jornalístico que permeou a maioria da edição. Nas últimas edições de 08 achei que o humor apenas pelo humor tinha tomado conta do cqc. Mas, para encher o saco de artistas com perguntas que não levam a nada já basta o pânico. Ainda que engraçado, o custe o que custar é, ao meu ver, um programa de jornalismo. O que é importante para o país é o que deve estar na pauta dos homens de preto. E, pela estréia, eles vêm com tudo em 09.
6 de março de 2009
A porta do banheiro
O terno de lã na cadeira era o indicativo de que ele já chegara ao pequeno apartamento de quatro peças. O som do chuveiro confirmava. Susana então foi até a geladeira, abriu e pegou a jarra com água. Bebeu um copo rapidamente e encheu outro, que tomou devagar, com pequenos goles. Sentou-se em frente a televisão e esperou o namorado sair do banho. Eles haviam brigado, mas ela ainda tinha as chaves da casa. Foi lá para fazerem as pazes. Nestas noites frias é melhor dormir junto de alguém para se aquecer e deixar os sonhos dominarem a mente com mais facilidade.
A televisão de 20 polegadas, quase do tamanho da sala, mostrava o jornal local. Entre as notícias, ela se impressionou com o caso de um morador de rua que havia sido atropelado. O motorista fugiu, negando o socorro e o corpo ficou estendido na rua durante horas, até que pelo cheiro de podre alguém passando perto do cadáver percebeu que ele já não respirava mais e então chamou o rabecão.
O jornal terminou e nada do banho se acabar. Mas ela nem se deu conta. Era hora da novela, que ela não perdia nunca. Sabia toda a trama, melhor até que o autor. Não raro adivinhava as cenas vindouras, como se ela própria as tivesse escrito. O sofá de couro vagabundo, já soltando em parte, era desconfortável. Mas se a pendurassem pelo dedo mindinho do pé e a submetessem à tortura, isso não seria nada se comparado a perder um maldito capítulo do folhetim.
Aquele barulho da água caindo no banheiro ainda continuava. Depois que os créditos da novela subiram, Susana se deu conta do tempo decorrido desde que chegara ao apartamento. Será que Paulo a ouviu chegar e não queria sair para não deparar com a namorada? A última discussão havia sido feia. Começou com um motivo idiota: ele disse que ia comprar alianças para o casamento, mas o cartão de crédito estourou o limite depois da reserva feita no restaurante mais caro da cidade. Na verdade, ele havia mesmo comprado, mas quis fazer uma brincadeira com ela, que não quis saber e começou a brigar com o namorado. Eles discutiram no salão do restaurante lotado e ele esqueceu até de falar do anel guardado em seu bolso. Ela ainda não sabia de nada quando entrou no apartamento naquela noite.
Então, ela desligou a televisão e simulou sua saída, caminhando até a porta com passos firmes, abrindo-a e fechando-a. Depois, pisando como uma bailarina, voltou ao sofá moribundo, onde sentou-se na ponta e esperou a reação do namorado.
Passaram-se dois minutos e o chuveiro continuava ativo. Ela se assustou. Paulo deveria ter passado mal. Ela tentou abrir a porta. Susana era uma moça loira, de 1,60m, bem magrinha. Se fosse mais alta, provavelmente teria sido modelo, devido ao seu tipo físico. Em vão, ela tentou arrombar a porta. Bateu duas vezes o ombro contra a madeira. Quase quebrou, o ombro.
Desesperada, ligou para a polícia. Num ato de humanidade, o militar que a atendeu disse que nada poderia fazer, pois se ele estava passando mal, quem poderia socorrer Paulo seriam os bombeiros, não a polícia. Ele deu o número. Prontamente, ela ligou pedindo socorro. Depois de quase meia hora, uma ambulância aportou na entrada do condomínio. Um médico, um enfermeiro e o motorista subiram.
Com as mãos na cabeça e os olhos marejados, Susana os recebeu. Ela não conseguia pronunciar uma palavra. Estava em choque pela possível perda do namorado. Apesar das discussões, ela o amava e tinha a certeza de que o sentimento recíproco existia. Aos 25 anos, seria traumático perder o homem com o qual ela sonhava passar o resto de seus dias.
Quase cinco minutos depois, ela enfim balbuciou uma palavra: bbb-abbaa-banheei-rrooo. Apontando para o local onde poderia estar o seu amor, morto, os socorristas entenderam o que ela queria dizer. O motorista, então, tentou abrir a porta pela maçaneta. Obviamente, teve o mesmo resultado de Susana. Com um chute, ele arrombou a porta de madeira maciça.
Maciças também foram as gargalhadas dele e de seus colegas quando a porta enfim se abriu. Contrastavam demais com as lágrimas dos olhos de Susana. Dentro do banheiro, sentado no vaso sanitário, estava Paulo, completamente nu. Embaixo do chuveiro, havia uma mulher nua. Era Renata, melhor amiga de Susana. Ela soube da briga do casal na noite do dia anterior e foi visitar o namorado da amiga.
Enquanto na sala os olhos de Susana vertiam lágrimas de ódio pela cena que acabava de presenciar, no banheiro o diamante do anel que deveria ser para ela agora brilhava no dedo anelar da amiga.
A televisão de 20 polegadas, quase do tamanho da sala, mostrava o jornal local. Entre as notícias, ela se impressionou com o caso de um morador de rua que havia sido atropelado. O motorista fugiu, negando o socorro e o corpo ficou estendido na rua durante horas, até que pelo cheiro de podre alguém passando perto do cadáver percebeu que ele já não respirava mais e então chamou o rabecão.
O jornal terminou e nada do banho se acabar. Mas ela nem se deu conta. Era hora da novela, que ela não perdia nunca. Sabia toda a trama, melhor até que o autor. Não raro adivinhava as cenas vindouras, como se ela própria as tivesse escrito. O sofá de couro vagabundo, já soltando em parte, era desconfortável. Mas se a pendurassem pelo dedo mindinho do pé e a submetessem à tortura, isso não seria nada se comparado a perder um maldito capítulo do folhetim.
Aquele barulho da água caindo no banheiro ainda continuava. Depois que os créditos da novela subiram, Susana se deu conta do tempo decorrido desde que chegara ao apartamento. Será que Paulo a ouviu chegar e não queria sair para não deparar com a namorada? A última discussão havia sido feia. Começou com um motivo idiota: ele disse que ia comprar alianças para o casamento, mas o cartão de crédito estourou o limite depois da reserva feita no restaurante mais caro da cidade. Na verdade, ele havia mesmo comprado, mas quis fazer uma brincadeira com ela, que não quis saber e começou a brigar com o namorado. Eles discutiram no salão do restaurante lotado e ele esqueceu até de falar do anel guardado em seu bolso. Ela ainda não sabia de nada quando entrou no apartamento naquela noite.
Então, ela desligou a televisão e simulou sua saída, caminhando até a porta com passos firmes, abrindo-a e fechando-a. Depois, pisando como uma bailarina, voltou ao sofá moribundo, onde sentou-se na ponta e esperou a reação do namorado.
Passaram-se dois minutos e o chuveiro continuava ativo. Ela se assustou. Paulo deveria ter passado mal. Ela tentou abrir a porta. Susana era uma moça loira, de 1,60m, bem magrinha. Se fosse mais alta, provavelmente teria sido modelo, devido ao seu tipo físico. Em vão, ela tentou arrombar a porta. Bateu duas vezes o ombro contra a madeira. Quase quebrou, o ombro.
Desesperada, ligou para a polícia. Num ato de humanidade, o militar que a atendeu disse que nada poderia fazer, pois se ele estava passando mal, quem poderia socorrer Paulo seriam os bombeiros, não a polícia. Ele deu o número. Prontamente, ela ligou pedindo socorro. Depois de quase meia hora, uma ambulância aportou na entrada do condomínio. Um médico, um enfermeiro e o motorista subiram.
Com as mãos na cabeça e os olhos marejados, Susana os recebeu. Ela não conseguia pronunciar uma palavra. Estava em choque pela possível perda do namorado. Apesar das discussões, ela o amava e tinha a certeza de que o sentimento recíproco existia. Aos 25 anos, seria traumático perder o homem com o qual ela sonhava passar o resto de seus dias.
Quase cinco minutos depois, ela enfim balbuciou uma palavra: bbb-abbaa-banheei-rrooo. Apontando para o local onde poderia estar o seu amor, morto, os socorristas entenderam o que ela queria dizer. O motorista, então, tentou abrir a porta pela maçaneta. Obviamente, teve o mesmo resultado de Susana. Com um chute, ele arrombou a porta de madeira maciça.
Maciças também foram as gargalhadas dele e de seus colegas quando a porta enfim se abriu. Contrastavam demais com as lágrimas dos olhos de Susana. Dentro do banheiro, sentado no vaso sanitário, estava Paulo, completamente nu. Embaixo do chuveiro, havia uma mulher nua. Era Renata, melhor amiga de Susana. Ela soube da briga do casal na noite do dia anterior e foi visitar o namorado da amiga.
Enquanto na sala os olhos de Susana vertiam lágrimas de ódio pela cena que acabava de presenciar, no banheiro o diamante do anel que deveria ser para ela agora brilhava no dedo anelar da amiga.
Chego em casa passa pouco de uma hora. Sempre é bom ficar lá embaixo falando merda, rindo do condomínio, tocando violão, criando letras de improviso. Ligo a tv, descendo os canais acho o poderoso chefão no canal tcm. Para minha surpresa, porém, a película era dublada e legendada (em português). Foi bom rever a obra de coppola e mario puzo, não ficou em segundo lugar na lista dos melhores cem fimes da bravo! a toa. A seqüencia, por exemplo, da execução dos chefes das cinco famílias enquanto michael corleone reza no batismo do afilhado é, ao mesmo tempo, bela e impactante. A cena final, quando se pode praticamente "ver" don vito na pele do filho, que assume seu lugar, idem.
O que mais chamou-me a atenção, contudo, foram algumas divergências entre dublagem e legenda. Trocas de um sinônimo por outro, como "verme" ou "patife", tudo bem. Algumas frases que (na minha visão) não tem o mesmo significado, mas carregam o mesmo sentido, até vai - "seu vagabundo"/"maldito capanga". Em algumas partes chegava a ser imcompreensível o que legenda/dublagem mostravam, tamanha a diferença.
Algumas eu anotei. Como a cena na qual os chefes das famílias discutem os negócios com drogas. Para quem só escutou, o comentário é "eles são negros, que fiquem com o dinheiro". Já para quem leu, "eles (os negros) são sujos, já perderam sua alma". Enquando os mafiosos discutem sobre drogas, na versão dublada referem-se ao contrabando.
Não há dúvida que traduções sempre são um assunto complicado. Estas, todavia, eu não entendi como se transformaram tanto:
Dublagem - Legenda
olhe - ouça
ele virá com força total - ele os atacará
fique calmo - sem pânico
vamos acertar - matamos
leve meu carro - porque não pega uma carona
não quero investigação - quero que a imprensa fique longe disso
2 de março de 2009
Por um jornalismo mais rock n' roll
Carnaval passou, minha câmera não veio, as férias de todos se foram, o ano começou no Brasil. Mas nem por isso a gente deixará vocês sem o que ler. Quase formados (é no próximo dia 21 =D), não vamos prometer textos diariamente, mas prometemos continuar postando aqui sempre.
Precisamos fazer mais matérias para não perdermos o ritmo. Então, se quiserem, deixem nos comentários sugestões de pautas que, na medida do possível, iremos atrás para vocês.
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