2 de dezembro de 2008

O restaurante estava mais cheio que o habitual, talvez por chegar quase meio dia e trinta, quando normalmente almoçava trinta minutos antes. Tudo bem, pouca fila. Não, o cheiro da comida não lhe chama atenção, seu olfato percebe algo muito mais sutil. Olha para os lados, para a porta, não a vê. Reconheceria aquele cheiro em qualquer lugar. Pouco mais de dois meses, era normal que estivesse daquele jeito. Sua cabeça deveria estar pregando uma peça, além do mais perfumes não são exclusividade dela. Aquele, contudo, era sim exclusivo, embora só os dois soubessem.
Lembrava de cada passo, saíra cedo do pequeno hotel à rue pierre charron. Estava a alguns quarteirões da champs-elysèes, caminhava sem preocupações enquanto um manso sol aos poucos aparecia. Tiveram uma noite ótima, sempre achava que tê-la em seus braços era a melhor sensação do mundo, mas ali tudo parecia um pouco mais vibrante. A excepcional janta, sua pele clara coberta apenas pela camisa xadrez que sempre usava para dormir; o braço tatuado movendo-se furtivamente enquanto ela andava pelo quarto de paredes escuras e lustre majestoso. Mesmo o sabor do château lafite, degustado na varanda em um pequeno sofá verde-oliva centenário era melhor se junto ao dela.
Talvez fosse o ar da cidade, sempre ouvira histórias de paris. Encantava-se com a simplicidade e sensibilidade dos romances de truffaut, certamente ali os dois poderiam ser personagens de alguma de suas tramas. O comércio já estava aberto, pessoas para lá e para cá, às quais aquela paisagem era completamente trivial. Para ele não. Entrou em algumas lojas, pelo menos seu francês arrastado era bem compreendido. A loja de perfumes começou a ganhá-lo apenas pela vitrina, com antigas luminárias à óleo. Foi mais por curiosidade que adentrou, logo recepcionado por uma moça de pouco mais de 24 anos. Explicou que apenas conhecia a loja, que era brasileiro, que estava comemorando dois anos de namoro etc. A vendedora era de lens, estudava moda na capital. Também era-lhe muito atraente. Logo pegou um frasco de amostra, "é o que uso", borrifando duas sprayzadas nele.
Foi até uma estante, duma pequena caixa tirou um pequeno vidro azul, cujo formato lembrava a lâmina de uma faca; preso à tampa um L estilisado cravejado de pequenos brilhantes. "Comme un doux baiser intime et charnel...". Sua voz, seu cheiro, tudo naquele momento foi-lhe muito próximo, quiçá até demais. Não pensou, apenas pediu que ela fizesse um belo embrulho.
Saiu ainda um pouco entorpecido da loja, parou num dos cafés da famosa avenida e sentou na mesa da rua. Admirava o laço, o papel azulado, como se fosse uma obra de arte. Pediu um café com conhaque e canela, esticou as pernas e olhou o céu. Era um bom presente.

5 comentários:

Anônimo disse...

a música é em japones
claro q nao da pra entender

Fran, disse...

Engraçado, na primeira linha do texto já identifiquei de cara que seria seu. Ou você tem seu estilo muito forte ao escrever (fato) ou eu que tô virando leitora de crteirinha (fato também) ushauihsuia.

Pois é, digamos que esse texto que eufiz foi uma meta que eu tinha a um bom tempo e nunca tive coragem de fazer, que era um texto com mais de 1 ou 2 parágrafos. Eu sempre me reprimi na hora de escrever o que fosse por medo de ao me prolongar fazer tantas delongas desnecessárias que nem eu, ao fim entenderia.
Acho que embora os erros, e a complicação já esperada, consegui desabafar sobre minhas neuras :S

Pois é rapá, estágio filadamãe ç.ç mas sinceramente achoque nãovou mais ir ;x aquilotá vazio, muita perca de tempo ;x ééé acho que vai sobre só vc e os pássaros no fim das contas ;P

;**

Anônimo disse...

Pedro, adoro seu jeito de escrever.. leria um livro inteirinho com suas descrições e palavras difíceis..


=*

Kyo disse...

na primeira linha do texto já identifiquei de cara que seria seu. Ou você tem seu estilo muito forte ao escrever (fato) [2]

cara kendô eh muuito foda
e exige/cria um preparo astronômico
=]

filhos eu no sei muito bem no tenho mesmo muita afinidade com filhos não mas com a yuuko eu quero *-*

cara
ainda tenho muuitas provas bem umas 6

=]
passaram 2 q venham as próximas


ah ok
eu jah forjava à um tempo atrás
quero voltar e me aprimorar
amo katanas *.*

joão disse...

paris, a cidade dos Românticos.
Floripa não tem espaço para nós.

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