Cheio de dedos
Três cadeiras estão no palco do Teatro Álvaro de Carvalho,aguardando a chegada dos músicos.É noite de sexta-feira,15 de setembro.
O projeto Floripa Instrumental trouxe à cidade bons nomes da música brasileira, quarta foi o gaúcho Renato Borghetti,quinta o mineiro Toninho Horta.O último dia reservou-se a Guinga,violonista e compositor de Madureira,RJ.Marcado para as 20h30,começa com pouco mais de 15 minutos de atraso.Com um moletom azul-marinho escrito ‘ST2’,sobe ao palco sob intensos aplausos.À sua direita Jessé Sadoc,a cargo dos metais.Retira o violão do case,engata o cabo,dá uma pequena saudação à platéia.Inicia-se então o espetáculo.
Os dedos da mão direita acariciam as cordas,os da esquerda precionam-nas firmemente,deslizando entre as casas.As luzes do palco incidem sobre os instrumentos,produzindo reflexos difusos nas paredes históricas do TAC.Violão e trompete fundem-se em fluxos e devaneios acompanhados de perto pelo público que lota a casa.Após duas canções Guinga fica só –Jessé sairia e voltaria algumas vezes– demonstrando sua maestria,seu dom para tocar violão.
O banco da esquerda é finalmente ocupado;vem ao palco Marcus Tardelli,apresentado por Guinga como maior violonista do Brasil.O elogio não é a toa.É “obrigado” pelo dono do show a tocar duas músicas,o instrumento apenas com microfone,como João.Depois um duo de violões,Jessé volta ao palco.A voz rouca –e padecendo de alguma tosse– de Guinga canta ‘Noturno Copacabana’,parceria com Francisco Bosco,filho de outro João.Também ‘Senhorinha’,homenagem à filha,feita com Paulo César Pinheiro.
Retiram-se do palco já sabendo que voltam para o bis.Tocam mais uma música,o show termina por volta das 22h.A extrema competência é recompensada com aplausos deveras entusiasmados.Fica,tanto nos músicos quanto no público,a certeza de uma ótima noite.
Três repórteres, um blog e poucas postagens... =D
Um comentário:
E lendo o texto, fiquei com a mesma certeza :)
Muito bom, Pedro!
Beijos!
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