16 de setembro de 2009

"Foda-se o que ela acha", pensei, ao ir até a janela e vê-la entrando com o saquinho do sanduíche na mão. Ao lado deles, a fumaça saindo pela janela, o som provavelmente alto demais. Já passara tempo o suficiente, mais de um ano na verdade, desde aquelas viagens, no ônibus semi cheio, com papos quase sempre acerca de banalidades. Quem diria, à época eu me importava, tentava ser legal. Quiçá para nada, bem verdade, porém acontecia. Pouco depois isso mudou, ainda mais após sair com a menina da bolsa xadrez. Mesmo assim resistia aquela espécie de receio, de achar que de repente as coisas tomariam um rumo diferente. O que, naturalmente, não aconteceu. Acho que foi por isso tal reação. Abracei-a, algum vizinho devia olhar e achar estranho, não entendia o que se passava. Nem ela, que apenas retribuia. Subiu sem olhar para cima, ciente do que tinha visto. Toca dirty boots, ela tira o slip-on quadriculado. Fecho a janela.

Um comentário:

Pedro disse...

putz, escrever é bom.

Locations of visitors to this page