6 de outubro de 2008

Maldito cursor

O maldito cursor pisca na tela do computador. Escrever é mais difícil do que parece. Às vezes, as palavras insistem em nos faltar. Mas ele continua piscando. Está à espera de alguma letra. Qualquer que seja. Quem programou este maldito com certeza não tem alma. Escritor não é.

Ele me encara. Pisca de maneira irritante. Escrevo apenas para não ver mais esta pequena coisa que pensa que é gente. Quando as letras saem do teclado para a tela, ele cessa a espera. É como uma criança que fica alegre por receber um presente. Eu o vejo assim.

Queria conversar com ele. Perguntaria se algum dia já se irritou por me ver ficar horas olhando para ele, sem ganhar uma letrinha sequer. Nem mesmo um símbolo, como um ponto ou um travessão. Diria que ele me faz muito mal. Não é sempre que há inspiração. E quando há, palavras talvez não sejam a melhor maneira de expressá-la.

Sim, meu colega de trabalho, é preciso que alguém lhe ensine isso logo. Nem todo sentimento pode ser descrito. Ao menos, não com palavras. Você não se cansa de ficar piscando o dia todo? Em seu lugar, mudava de postura ou de profissão. Ficar o dia inteiro na tela dos outros, piscando e piscando e piscando... Quem pensa que é? O computador é meu, a tela é minha. Sabe que você invade minha privacidade ao piscar e piscar...

Mais que isso. Você desafia meus sentimentos, minhas dores. Faz-me sofrer mais. Não sabia ainda? Oras, realmente, como você é mesquinho… e cínico!

Ainda entro nesta tela. Eu o desafiarei. Por que não expressa, você, seus sentimentos?

Ah, sim. Como sou tolo. Você não sente. Apenas aguarda. A próxima letra, por favor.

Fecharei a janela agora. Desculpe se fui grosso. Nos vemos mais tarde. Com um texto melhor. Ou não.

Um comentário:

Fran, disse...

ushauishiuashiuahsiuahsiuah


muito bem bolado^^

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