O movimento é grande ao redor do Estádio Governador Magalhães Pinto. Nada porém que atrapalhe demais o trânsito - que, por incrível que pareça, é melhor que o da Ressacada. Azul por azul, compareço como um legítimo manézinho, coa camisa do Avaí. Nos clássicos o trânsito é dividido: por um lado chegam os atleticanos, por outro os cruzeirenses. Por esta condição, meu trajeto acaba sendo mais longo. Nos ônibus, integrantes da Máfia Azul cantam alucinadamente, além de não pagar a passagem. Chegando ao estacionamento um pequeno erro nos leva até a área do galo. Todo mundo tira a camisa, até eu.
Parndo no local correto, andamos até o estádio por uns cinco minutos. No caminho outros torcedores viram para mim e falam "ah, time do Guga". Não achei que seria tão notado, o tenista realmente divulgou o Leão da Ilha. Estacionamento do Mineirão, R$ 10. Uma pequena fila para passar pelas catracas, na revista me deixam passar direto - minha cara de marginal não convenceu os "gambé". Devido a proibição de bebidas com álcool em estádios, todo mundo encara uma liber.
Entrar no estádio, nas arquibancadas de fato, impressiona. Um panelão, lotado. A cobertura alcança todo espaço reservdo aos torcedores, no meio o "buraco" do campo. Atrás do gol direito fica a Máfia, esquerdo a Galoucura. Fico nas cadeiras especias, onde o clima é mais tranquilo, inclusive sem grades dividindo as torcidas. No campo, imprensa para mais de metro. Criancinhas aguardam a subida dos ídolos. Quando chegam, fogos de artifício. "Olha o bandeirão aí" gritam os cruzeirenses. E um imenso pano da Máfia cobre boa parte da arquibancada. Pouco depois a Galoucura faz o mesmo. Para delírio do adversário, o bandeirão rasga, e ouve-se a plenos pulmões: "puta que pariu a galoucura é a vergonha do Brasil".
Com a bola rolando, a diversão continua. A torcida onde me encontro parece cantar mais, embora atleticanos também tenham músicas interessantes. Atrás de cada gol, os mascotes divertem a galera, Galo Doido, camisa 100, e Raposão, 87. Os uniformes trazem a idade de cada clube. Como minha posição era mais à direita, via mais o Raposão. Sem dúvida é um show a parte. Pula, corre, vira cambalhotas, agita a torcida. No intevalo, outra peculiaridade. Todo mundo vai ao bar para comprar, a R$ 6, um prato de feijão. O famoso tropeiro do Mineirão acompanha arroz, couve, toucinho e farofa. Deveras engraçado, intervalo de jogo e o pessoal encara um feijãozinho. Pelo menos para quem está acostumado ao tradicional churrasquinho de gato.
Quanto à partida, simplifico. Atlético marcou com Danilinho (enquanto gritavam ''Danilinho, o seu mané, o Guilherme tá comendo sua mulher"). Logo em seguida Thiago Martinelli empatou. Adilson Batista tirou Jadílson e foi xingado de tudo que é jeito. Aos 46 do segundo tempo eu já estava fora do Mineirão. E não vi o golaço de Ramires, que não jogou nada mas garantiu a vitória do Cruzeiro. Por uma tarde, me fingi de torcedor do Cruzeiro. Até porque não era conveniente reclamar a derrota de meu time naquele momento. Ainda assim, não há do que se reclamar. Só faltou uma foto ao lado do Raposão.
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