30 de dezembro de 2006

Democratize-se ou eu atiro!
Neste sábado, Florianópolis amanheceu com um céu limpo, sem nuvens, com muito calor. Um típico dia de verão no qual a melhor coisa a se fazer é aproveitar a praia. Em Bagdá, o frio que abriu a manhã teve um sentido quase poético para os habitantes de todo o Oriente Médio. Um frio de medo. Medo do que pode acontecer a partir de amanhã. O enforcamento de Saddam Hussein foi confirmado pelo seu advogado às duas horas da manhã deste sábado (horário de Brasília).

Depois de ter sido condenado pela suprema corte Iraquiana em novembro, a continuidade da vida do ex-presidente passou a ser moeda de especulação na mídia internacional. Ele foi condenado à forca por ter ordenado a morte de 148 xiitas em 1982. Seus advogados vinham trabalhando desde o dia posterior ao da sentença a fim de reverter a ordem judicial.

No início de seu governo, ele recebeu apoio dos Estados Unidos para invadir o Irâ. Em 1989 Saddam decidiu invadir o Kuwait, em uma guerra que ficou marcada devido a coalizão liderada pelos Estados Unidos para derrotar o Iraque e as famosas “bombas inteligentes” – as quais deveriam atingir apenas alvos previamente determinados, como instalações militares mas que, no entanto, acabaram com a vida de milhares de civis iraquianos. A partir da Guerra do Golfo que se encerrou em 1990, o ex-presidente americano George Bush começou a conduzir uma campanha contra o presidente do Iraque. Esta campanha levou a ONU a impor sanções econômicas ao pais, o que levou o pais a uma grave crise econômica.

Saddam Hussein era conhecido pelos árabes por defender a unidade dos muçulmanos e ser radicalmente contra a influência ocidental e judia no Oriente Médio.. Depois do fim da guerra do Golfo, ele começou uma campanha com o lema “Alá é Grande”. Entretanto, o governo de Saddam ficou marcado pela crueldade dos atos do ditador que governou aquele país por mais de duas décadas.

Após ficar vinte e quatro anos no poder, Saddam foi deposto pelo exército americano em 2003. Naquela época, o motivo alegado pelo governo norte-americano para invadir o Iraque, foi que Saddam estaria produzindo armas de destruição em massa, e que estas seriam usadas em ataques contra vizinhos aliados a Washington. As acusações americanas nunca foram comprovadas. Em entrevista recente à CNN, a atual Secretária de Estado americana, Condoleeza Rice, disse, fugindo a uma pergunta do jornalista que a entrevistava que “o que importa é que hoje o povo iraquiano vive melhor do que na época de Saddam”. Na época da invasão, a ONU emitiu uma resolução condenando o ato do governo americano.

O governo americano estima que mais de 30 mil civis morreram desde o início da guerra em 2003. Já o jornal “Washington Post" estima que mais de 600 mil pessoas já morreram. Além disso, quase 3000 soldados teriam sido mortos durante os três anos de ocupação americana de acordo com o exército.

A paz na região é praticamente inexistente desde a criação do Estado de Israel. Coincidentemente, Israel é aliado dos Estados Unidos, que por sua vez, já financiaram Osama Bin Laden, responsável pelos ataques às Torres Gêmeas em Nova York e Saddam Hussein morto neste sábado. Isto prova que enquanto a democracia for feita à moda de Washington, tão cedo não se ouvirá falar em paz no Oriente Médio, até porque, todos que se opuserem aos Estados Unidos estarão sentenciados ao mesmo destino do ex-presidente iraquiano, o caixão.

fontes:
Estadão
Blog do Noblat
Al-Jazeera.net
CNN.com
Uol News

Um comentário:

Anônimo disse...

curti muito o texto viu samuca
forte e cheio de assunto importante!!
saddan morreu e nem caiu a ficha
credoood
vlw por atualizar o blog
bjoo

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